A coluna Toda Política desta quarta-feira no JE.

O governador Requião tem se esmerado no quesito boçalidade. Ontem, na ‘Escolinha’, reuniu a corte de Paranaguá para desfilar discursos favoráveis ao irmão Eduardo Requião, fadado a perder o cargo na Superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) por conta da súmula vinculante número 13 do STF que proíbe o nepotismo em todo o país.
Durante mais de três horas, empresários, fornecedores, diretores, sindicalistas, aspones e puxa-sacos fartos desfilaram diante das câmeras da TV Educativa.
O surrealismo chegou a tal ponto que, às 11h46min, o mestre de cerimônias Walter Chagas, mais conhecido pelo apelido “Botto Junior”, anunciou a interrupção do programa, que é transmitido ao vivo diretamente do Museu Oscar Niemeyer, para a veiculação dos comerciais eleitorais, que até então aguardavam na fila, afrontando a legislação eleitoral.
A reunião da “Escolinha”, contudo, ainda não havia terminado. Eduardo Requião, o principal palestrante do dia, não subira à tribuna para, enfim, confirmar o que a pauta da Agência de Notícias anunciava desde a sexta-feira passada: a posse de Eduardo na mandraqueana Secretaria Especial para Assuntos Portuários – um artifício criado pelo governador para garantir o nepotismo militante do qual ele tanto se orgulha.
Nos últimos dias, no entanto, o decreto 3308 que nomeava o irmão na secretaria especial, tomou doril e sumiu. Em seu lugar surgiu, como num passe de mágica (olha o Mandrake aí!) e sob o mesmo número, a nulidade da demissão de uma certa funcionária em 2004.
Quem quis conferir na Agência de Notícias o desfecho da novela, cortada em razão do tempo excedido – ainda que Requião não tenha limites – leu uma longa matéria, cujo cuidado em registrar todos os depoimentos foi respeitado solenemente. No arremate, estava lá enfim o superintendente da Appa, Eduardo Requião, vendendo o seu peixe – e o peixe, no caso, tem tudo a ver. Quanto à posse na secretaria especial, até a boçalidade de Requião parece ter sido freada. Confrontar uma decisão do STF parece mesmo uma temeridade. Mas há capítulos por vir.

Olho gordo
Ex-revolucionário da pracinha do Batel e agora candidato a vereador, Rafael Xavier (PMDB) está fazendo campanha de encher de inveja os colegas de partido.

Opulência
O comitê do “noviço” eleitoral é um luxo só. Há cabos eleitorais espalhados pelas ruas de Curitiba e um caminhão-baú encarregado de abastecer os pontos de campanha. Ao que parece há dinheiro da “Família X” no negócio.

Mudou de nome
A Paróquia São Lucas, no Xaxim, promove no próximo dia 12 de setembro uma “noite cultural” com a participação de 12 candidatos a vereador.

Apóstolos
Os nomes foram escolhidos por exclusão. Como só doze candidatos responderam ao convite da igreja, só doze participarão. Entre eles estão os petistas Adenival Gomes e Pedro Paulo, o peemedebista Algaci Túlio e o pepessista Valdir Bicudo.

Uma turba
O frei Marcelo e o pároco Joacir, promotores do evento, estimam que duas mil pessoas da comunidades estejam presentes. Torcidas de candidatos foram expressamente proibidas.

Alegria, alegria
A liderança folgada de Beto Richa nas pesquisas eleitorais está fazendo com que os tucanos façam previsões otimistas. A estimativa agora é de eleger 17 dos 38 vereadores na Câmara.

Ué, esquisito
As formiguinhas de campanha – cabos eleitorais que distribuem santinhos, colam adesivos nos carros e agitam bandeiras  – sumiram dos cruzamentos. Tem gente dizendo que passou tamanduá.

Merreca
Bateu a preocupação no vereador José Roberto Sandoval  (PTB). Os 2% no Ibope obtidos pelo candidato do partido à prefeitura, Fábio Camargo, garantem uma cadeira e olhe lá.

Bóia de cavalinho
Sandoval decidiu agir. Tirou dinheiro do próprio bolso para financiar santinhos e jornais de campanha para os demais candidatos da coligação “Uma Só Curitiba”, que reúne PTB e PRTB. É o jeito para garantir sua sobrevivência eleitoral.

Pijamão
Em tempo: Sandoval, que também é pastor, tem feito apelos nas igrejas evangélicas. Diz que precisa de mais quatro anos para garantir sua aposentadoria. Isso é que é projeto eleitoral.

ARREMATE
Vai para a coleção. Mais dois personagens da campanha eleitoral: Zé Nortão (PMN) e Nelson Celular (PSL).

OBLADI-OBLADÁ
A travesti Andrielly Vogue (PT), que disputa uma vaga na Câmara, ficou fula da vida porque informei nesta coluna que ela estava vendendo rifas para engordar o caixa de campanha. *** Que nada, ela diz que é para engordar mesmo o bolso que garante o seu sustento. *** Das contas eleitorais quem se encarrega, cumé mesmo, é o “coletivo” do partido. *** Ta registrado, santa!

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