A coluna Toda Política desta quinta-feira no JE.

Você já denunciou o seu nepotista hoje? Ainda dá tempo. É caso de saúde pública, se levada em conta a sanidade do Erário. O nepotismo é uma praga que assola o país. Atinge repartições públicas, privilegia parentes e contra-parentes, engorda o patrimônio familiar de governantes e de ocupantes de cargos de chefia, torna desigual a oportunidade de emprego no serviço público, incentiva a indolência apadrinhada e transforma em cidadão  de segunda classe todo aquele que não pertence à “Nomenklatura”.
O nepotismo incentiva o compadrio, o filhotismo, o pária, o sanguessuga. Apaga rastros de improbidade, varre para debaixo do tapete a craca parasitária, rompe a hierarquia do serviço público e submete o mérito ao fracasso.
O caso do desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira que concedeu liminar garantindo a posse de Maurício Requião no Tribunal de Contas do Paraná, e a coincidência da nomeação da esposa cinco dias depois em cargo no TC, é só a ponta do iceberg. Há muito mais de onde este veio.
Sim, Xisto Pereira passou mesmo dos limites. Mesmo que alegue que a súmula vinculante do STF ainda não havia sido publicada, deveria considerar a decisão do Conselho Nacional de Justiça, que há dois anos editou resolução proibindo o nepotismo no Judiciário, incluindo a categoria subreptícia do nepotismo cruzado. Não é um caso isolado. Você já denunciou o seu nepotista hoje?

À míngua
Candidato a vereador, o policial civil Délcio Rasera (PRTB), confirma o que foi publicado ontem nesta coluna. O prefeiturável Fábio Camargo (PTB) que encabeça a coligação, tem deixado os correligionários na pindaíba.

Pouco, muito pouco
Rasera reclama por ter recebido do comitê até agora apenas 2 mil santinhos. “É muito pouco. Eu preciso distribuir 50 mil por dia”.

Complicou
Preso em 2006 acusado de grampo telefônico ilegal, Rasera foi multado recentemente pela Justiça Eleitoral em R$ 20 mil por propaganda extemporânea.

Só por garantia
Diz que recorreu ao TSE mas, por precaução, investiu o valor da multa em ações da Vale. Gente fina é outra coisa.

Estaca zero
A Assembléia Legislativa terá que refazer e votar novamente o projeto de aposentadoria complementar dos deputados por determinação do Ministério da Previdência.

O trabalho continua
O presidente da Casa, Nelson Justus, quer votar o projeto antes das eleições. “A campanha não altera em nada o andamento dos trabalhos aqui na Assembléia Legislativa”.

A canalha
O líder do governo na Assembléia não concorda. Ontem, no velho estilo fura-pedágio, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), disparou críticas à mídia pela falta de quórum na Casa.

Culpada
Segundo ele, foi a pressão da imprensa que fez com que os deputados que disputam as eleições à prefeitura no estado pedissem licença do cargo.

Arre burguesia!
“Fiz um apelo público para que a mídia não fizesse pressão. Essa Casa não pode ser pautada pela mídia. Pautada por aqueles que têm sentimentos pequenos burgueses”, afirmou Romanelli.

Noves foras
Detalhe 1: seis parlamentares pediram licença, 25 estavam presentes na sessão, há 54 deputados na Assembléia. Onde foram parar os outros 23¿ Ninguém sabe, ninguém viu.

Só para variar
Detalhe 2: a licença é uma questão de economia aos cofres públicos. Os que pedem licença não recebem dois meses de salário. Romanelli queria garantir o pagamento dos deputados mesmo sem trabalhar. É uma tradição da Casa.

ARREMATE
“Espero que a Assembléia aproveite a ocasião para enterrar de vez esse projeto”. (Do deputado Tadeu Veneri, do PT, defendendo o arquivamento da aposentadoria complementar dos parlamentares – também conhecida como “Bico Doce”).

OBLADI-OBLADÁ
Inaugurado com toda pompa em frente ao Clube Concórdia, no centro de Curitiba, o comitê étnico-racial  de Beto Richa (PSDB) raramente está aberto. Pior. Há uma placa de “vende-se” enfeitando a porta. Cala-te boca. *** Na onda das HQs eleitorais, o vereador e candidato à reeleição, Jorge Bernardi (PDT), lançou o “Gibi da Democracia”. O personagem principal, adivinhe, é ele mesmo. *** Surge uma nova personagem na campanha eleitoral do prefeiturável Lauro Rodrigues (PTdoB): “Estefânia, a polaquinha do Barreirinha”. Tem gente dizendo que a loira é o candidato de peruca. Quaquaquá.

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