A coluna Toda Política desta quinta-feira no JE.

Estranha que os candidatos a prefeito todos venham se mantendo silenciosos em relação ao principal tema desta campanha: o nepotismo. Seria um bom sinal se, em seus programas modorrentos, firmassem compromisso juramentado para não contratar parentes em cargos comissionados. Nem mesmo nos casos admitidos pelo STF.
Ontem a Casa Civil do governo confirmou, em crônica anunciada, a nomeação de Eduardo Requião para a Secretaria dos Transportes e mais a responsabilidade cumulativa sobre a administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – ainda que esta não seja remunerada (quaquaquá). É o nepotismo em seu estado bruto.
Com isso Requião sobrecarregou o estado com mais uma secretaria especial – desta vez para Rogério Tizzot que, obrigado a dar lugar para o irmão do governador, foi recompensado com a “fantasmagórica” Secretaria Especial para Assuntos Rodoviários.
Talvez o debate da Band, na semana passada, fosse mais promissor se, em lugar de abordar o tema do aborto – cuja resposta já era conhecida – questionasse a opinião dos candidatos sobre a contratação de parentes.
Francisco Alpendre, ex-diretor jurídico da Paraná Previdência, diz que a edição da súmula vinculante número 13 permite aos advogados reclamarem diretamente ao Supremo sem a necessidade de intermediários. É uma notícia promissora.
Não há mais dúvida que, mesmo com a campanha eleitoral a todo vapor, o nepotismo de Requião em sua forma hedionda tomou o lugar de questiúnculas que fogem à realidade eleitoral.
Cabe lembrar aqui que assim como a decisão do STF deixou aberta a porta para a nomeação de parentes nos chamados “cargos políticos”, fez lembrar também que os estados e os municípios podem sim aprovar lei que tornem a prática do nepotismo mais rigorosa. Branda jamais.
As aberrações tendem a pipocar. Os dribles também. O Paraná ganhou voltou a ganhar destaque nacional desde que Requião decidiu “socorrer” a parentalha ameaçada de perder o carguinho fácil e bem remunerado. Primeiro nomeou a esposa Maristela Requião. Agora, achou um jeito de manter o irmão no governo em demonstração que afronta a inteligência dos ministros do STF.
Os candidatos à prefeitura de Curitiba poderiam trazer o tema à pauta. Quem sabe assim a campanha saísse do atoleiro em que se encontra.

Barulhinho bom
Fora da disputa reeleitoral, o vereador e pastor Gilso de Freitas (PSDB) busca, ao menos, salvar o seu carguinho na igreja. Apresentou projeto na Câmara que permite aos templos evangélicos exceder o limite tolerável de ruído de 65 para 70 decibéis.

Coisa divina
A Organização Mundial de Saúde prevê que o limite é de 65 decibéis, mas Freitas alega que não se pode calar a “voz de Deus”. Então tá

Fazendo bico
Conselheiro do Tribunal de Contas, Hermas Brandão não desistiu da política. Passou em Maringá nesta semana e tratou de pedir votos para o neto, Evandro Junior, que é candidato a vereador pelo PSDB. O velho partido do avô.

Famosa
A candidata traveca Andrielly Vogue (PT) não tem do que reclamar. Não passa dia sem que ela seja citada por José Simão na Bandnews. Vogue faz parte do bancada “I Will Survive”. Quaquaquá.

Só queria entender
O vereador André Passos (PT) explica o motivo pelo qual foi convidado para ser o coordenador de campanha de Gleisi Hoffmann: ele conhece Curitiba. Quer dizer que Gleisi lhufas?

Pérolas eleitorais
De candidato do PPS a vereador: “Não corra nem ande ao trote, vote Rigotti”. Upa, upa, cavalinho.

Logo agora?
Fora da lista dos políticos mais influentes do Congresso, de acordo com o Diap, o senador Álvaro Dias (PSDB) deu as caras na propaganda eleitoral para pedir voto aos tucanos. Ô hora.

Modorra, modorrinha
Números da pesquisa Vox Populi: Richa 72%, Gleisi 16%. O resto (com todo o respeito) oscilou de 0% a 1%.

ARREMATE
Piadinha que correu entre os comunistas após a divulgação da pesquisa Vox Populi: “Puxa, pensei que o Gomyde tinha um nome a zerar”. Quaquaquá.

OBLADI-OBLADÁ
Filho do ex-deputado petista Natálio Stica, o candidato a vereador Jonny Stica vem fazendo campanha opulenta nas ruas de Curitiba. *** Já Bruno Vanhoni, sobrinho do deputado federal Ângelo Vanhoni (PT), recebeu a promessa do ministro Tarso Genro (Justiça) de que visitará o seu comitê de campanha tão logo desembarque em Curitiba. *** Geninho está conversando com os dirigentes do Atlético e deve ser anunciado como novo treinador do Rubro-Negro. *** Façam suas apostas. Quanto tempo ele dura? *** A respeito de nota publicada ontem nesta coluna, a assessoria de imprensa de Jorge Bernardi (PDT): o “Gibi da Democracia” do parlamentar não é uma novidade de campanha. Na verdade é publicado há 26 anos.

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