A coluna Toda Política desta segunda-feira no JE.

A levar em conta a reportagem de Abraão Benício, publicada no sábado neste JE, e o asilo político de Requião no Paraguai pode se tornar uma realidade. A informação é a de que o Ministério Público Federal pretende penhorar a coleção de armas do governador para conseguir recolher parte dos R$ 50 mil referente a uma das multas aplicadas a Requião por infringir decisão da Justiça Federal na ‘Escolinha’. Em ação anterior, o MPF conseguira o seqüestro das contas bancárias do governador. Com a falta de fundos, apela-se agora para o resgate de bens de valor. Requião guardaria na Granja Cangüiri cerca de 50 armas, entre elas ela uma metralhadora “Tommy Gun”, usada por nove entre dez gângsteres do cinema.
Até agora, o governador acumula dívida de R$ 450 mil por, ainda que proibido, usar o espaço da “Escolinha” para se autopromover e manter críticas a desafetos políticos. O Ministério Público entendeu que o acúmulo de multas poderia torná-las sem efeito e julgou melhor cobrá-las por meio de resgate de valores ou através de penhora. Requião afirmou recentemente que os seus únicos bens se resumiriam aos cavalos criados na Granja Cangüiri, um carro em nome de sua mulher, Maristela e Requião, e dez ou 12 casais de patos. “Sou um assalariado”, afirmou, referindo-se aos ganhos de R$ 24,5 mil que recebe por comandar o estado – o teto do funcionalismo público.
A informação é valiosa e deve ter ser motivo de ação de penhora posterior, caso Requião não salde as multas. Na lista, o MPF pretende incluir também o Jaguar verde que enfeita a garagem do governador na Granja Cangüiri, além do Ford T, 1948, avaliado em 18 mil dólares.
Por ironia, o desembargador encarregado de julgar o pedido de penhora das armas de Requião será o mesmo Lippmann que acabou com a “festa do palanque eletrônico” no primeiro semestre deste ano.
Para quem tem transitado com tanta desenvoltura no Judiciário e Legislativo da paróquia, as imposições a Requião, vindas da esfera federal, parecem um pesadelo de coronel. E pensar que já houve tempo em que o governador resolveu tudo com um pistoleiro chamado “Ferreirinha”.

De doer
Vida de socialista é difícil. Bruno Meirinho, do PSOL, começou a campanha sendo chamado de Bruno Mineirinho. Ó azar. Ontem, foi chamado equivocadamente pelo apresentador do debate da TV Educativa de Bruno “Mourinho”. Quaquaquá. Dureza.

Ele quer sangue
O candidato do PV, naquele estilo Bela Lugosi, disse que o projeto da Linha Verde da prefeitura é tão equivocado que, em breve, o trecho será rebatizado de Linha Vermelha. Prevê o candidato à prefeitura que a falta de opção para quem quer atravessar a pista pode fazer crescer o número de atropelamentos.

Alguém acredita?
Assim não dá pé. O governador Requião deu o “bolo” no candidato do PMDB à prefeitura de Curitiba, Carlos Moreira, na caminhada programada para o sábado na Boca Maldita. Quando a chuva já espantara boa parte dos 300 barnabés convocados, o governador mandou recado dizendo que retornava de Londrina e que não chegaria a tempo. Pediu um repeteco no próximo sábado. Desta vez garante que estará presente.

Afe!
Corre à boca pequena. Gleisi Hoffmann e Ângelo Vanhoni têm alguma coisa em comum, além do petismo arraigado. Os dois manteriam casamentos de “fachada” em suas respectivas campanhas à prefeitura.

Sem lacunas
A Justiça Eleitoral concedeu liminar proibindo a TV Paraná Educativa de colocar cadeiras vazias para indicar as ausência de Beto Richa (PSDB) e Lauro Rodrigues (PTdoB)  no debate de ontem. Caso a emissora descumprisse a ordem judicial, a multa estipulada era de R$ 100 mil. A liminar foi concedida pelo juiz Alexandre Barbosa Fabiani, da 177ª zona eleitoral, atendendo representação da Coligação Curitiba – O Trabalho Continua, de Richa.

Veneno
Autor de livro que conta a história do Brasil, através de letras de música, o professor Wellington Wella é o animador da campanha eleitoral do socialista Bruno Meirinho (PSOL). Os intrigantes questionam se o socialismo de Wella inclui dividir o seu salarião no Positivo?

ARREMATE
Gleisi Hoffmann achou um culpado para o fiasco da campanha petista: os institutos de pesquisa. E citou o caso de 2006, quando os números apontaram a vitória folgada de um “determinado candidato” ao governo. O nome dele é Requião.

OBLADI-OBLADÁ
Com 0% absoluto nas pesquisas eleitorais – já que não tem sido citado o candidato do PV à prefeitura de Curitiba, Maurício Furtado, cometeu ato falho, ontem, nas considerações finais do debate da TV Educativa: “O PV compareceu nestas eleições, ou melhor, comparece”. Ops! *** O superintendente da Polícia Civil e candidato a vereador, Valdir Bicudo (PPS), espantou-se com o ataque desferido ao nepotismo por candidatos do PT, na Igreja São Lucas, onde foi promovido debate com concorrentes à Câmara. *** “Uai, por que então a bancada do PT na Assembléia mantém silêncio obsequioso?”, questiona Bicudo.

[email protected]