Quem entrou no site do PT do Paraná ontem em busca de explicações do partido sobre as denúncias de envolvimento do vice-presidente da Câmara Federal, deputado André Vargas, com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava a Jato da Polícia Federal de combate a lavagem de dinheiro saiu frustrado. Nas notícias do site, não há qualquer referência ao caso. Em compensação, a página exibia em destaque um texto sob o título: Dilma: O avião hoje é um meio de transporte do povo brasileiro. Parece até piada, já que entre as denúncias estão justamente a de que Vargas usou um jatinho alugado por Youssef para uma viagem à João Pessoa (PB), em janeiro.

Defesa
Nas redes sociais, que saiu em defesa de Vargas foi o deputado federal Zeca Dirceu (PT), filho do ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão. O parlamentar afirmou que Vargas está, como tanto outros petistas, sendo atacado pelo que ele representa e não por algo que tenha feito de fato, e que é evidente que ele não cometeu nenhuma ilegalidade. Zeca atacou a imprensa, afirmando que a mídia fica repetindo uma notícia banal, para dar impressão de um escândalo que nunca existiu. O companheiro de Vargas lembrou ainda que ele enfrentou o presidente do STF várias vezes e assusta o tucano e decadente Álvaro Dias com sua pré-candidatura ao senado.

Solidariedade
A contundência da defesa de Zeca Dirceu é natural, já que Vargas foi um dos caciques petistas que mais se notabilizou na defesa pública dos companheiros do partido condenados no julgamento do mensalão. Inclusive com o famoso gesto de levantar o punho cerrado durante a sessão de abertura dos trabalhos do Congresso, no início do ano, em protesto contra a atuação do presidente do STF, Joaquim Barbosa, no processo, repetindo gesto feito por José Dirceu e José Genoíno ao serem presos após a condenação.

Santidade
Já o senador Roberto Requião (PMDB), que em sua última passagem pelo governo chegou a aplicar a Vargas a alcunha de gordinho sinistro, não perdeu a oportunidade de ironizar a situação do petista. Deputado André Vargas sempre acreditou que Alberto Youssef era pastor  Pentescostal e só se preocupava com coisas do reino dos céus, brincou o peemedebista pelo twitter, em referência as alegações de Vargas de que apesar de ter uma amizade de 20 anos com o doleiro, não tinha conhecimento de suas atividades ou negócios.

Reforma polêmica
A Comissão de Revisão do Regimento Interno da Assembleia Legislativa aprovou ontem seu relatório final, que inclui propostas polêmicas como o fim da reeleição para cargos da Mesa Executiva da Casa, a redução de 25 para 19 do número de comissões técnicas permanentes e a extinção da chamada comissão geral – artifício utilizado muitas vezes pela bancada do governo para apressar a votação de matérias de interesse do Executivo.

Prazo
De acordo com o presidente da comissão, deputado Pedro Lupion (DEM), o relatório deve ser lido em plenário na próxima segunda-feira pelo relator, deputado Edson Praczyk (PRB), e encaminhado à Mesa Executiva a quem cabe iniciar a tramitação do projeto de resolução que deve ser votado ainda este ano para que as mudanças entrem em vigor a partir de 2015. Lupion fez um apelo para que todos se empenhem em fazer chegar a proposta ao Plenário dentro do prazo previsto, que é o próximo mês. A ideia é votar e aprovar a matéria até o final do primeiro semestre.

Protesto
Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) homologou o protesto em cartório das Certidões de Dívida Ativa (CDAs). O procedimento torna mais rápida a cobrança dos valores originados em favor da administração pública a partir de decisões tomadas pela Corte. A estimativa é que a medida gere um incremento de, pelo menos, R$ 15 milhões na arrecadação do Estado e municípios. Após a decisão, o Tribunal emitiu um comunicado aos órgãos e entes estaduais e municipais, para que façam o protesto em cartório das decisões transitadas em julgado pelo TCE, após a inscrição em dívida ativa. O órgão de controle externo também aconselha a administração pública a fazer acordo com os cartórios, para que as custas sejam pagas somente no ato de quitação das dívidas. As gestões têm 90 dias para implantar o novo procedimento.
 
A receber
Balanço do TCE revela que, atualmente, as sanções ativas impostas pelo Tribunal e em execução por órgãos e entes públicos totalizam R$ 245,1 milhões. Deste total, 69,4% – ou R$ 170 milhões – estão nas mãos dos municípios; os 30,6% restantes – R$ 75 milhões – pertencem ao Estado. Os dez maiores credores são responsáveis por 78% dos títulos pendentes de pagamento, o que representa um montante de R$ 105,3 milhões.