Dois fatos novos do final de semana deflagraram a virtual largada na corrida sucessória de Curitiba: a sinalização de apoio da ala majoritária do PT ao ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) e uma nova pesquisa apontando grandes chances de segundo turno na disputa pela prefeitura da Capital. O primeiro por reforçar as chances de que Fruet encabece uma frente de partidos da base do governo Dilma Rousseff no embate contra o prefeito Luciano Ducci (PSB). O outro por confirmar que o confronto tende a ser o mais acirrado desde 2004, quando Beto Richa (PSDB) venceu Ângelo Vanhoni (PT), na última vez em que a eleição em Curitiba teve segundo turno.
No sábado, a corrente Construindo um Novo Brasil, que reúne as principais lideranças petistas do Estado, entre elas a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, aprovou documento apontando prioridade para a formação de uma aliança com os partidos da base do governo Dilma para a disputa na Capital. E apesar de não descartar o apoio ao deputado federal Ratinho Júnior (PSC), cujo partido integra essa base, o grupo sinalizou que Fruet seria o nome mais forte para liderar essa frente.
Ontem, um levantamento da Paraná Pesquisas divulgado pelo jornal Gazeta do Povo revelou que Fruet manteve a liderança das intenções de voto para prefeito, seguido por Ratinho Júnior e com Ducci em terceiro. E que se a eleição fosse hoje, ela teria dois turnos.
No PT, um grupo minoritário ainda defende o lançamento de candidato próprio do partido, tendo como potenciais nomes os deputados federais Ângelo Vanhoni, Dr Rosinha e o deputado estadual Tadeu Veneri. Ao sinalizar a preferência por uma aliança, a ala que comanda a legenda, porém, reforça a tendência de apoio a Fruet. Já fizemos coligação com o PDT e ele nos ajudou a eleger a Dilma. Também elegemos os nossos dois senadores graças a essa articulação, lembrou Paulo Bernardo. Para Gleisi Hoffmann, a candidatura do ex-deputado seria a mais viável para derrotar o grupo hegemônico que está à frente da Prefeitura de Curitiba há quase três décadas. Respeito muito o Ratinho, mas, no momento, a candidatura do Gustavo é a mais viável, avalia a ministra.
A decisão até abril, quando um encontro municipal deve escolher entre o apoio a um nome de outro partido ou a candidatura própria. Para Fruet, porém, que já havia na semana passada declarado publicamente a intenção de ter o apoio do PT já no primeiro turno, o posicionamento da ala majoritária representa um passo decisivo para sua candidatura. Respeitando o debate interno, é um indicativo forte dentro do PT. Além disso, mostra que não há isolamento, mas uma possibilidade grande de convergência, afirma. Segundo ele, trata-se de um sinal importante não só do ponto de vista eleitoral, já que o apoio do partido significa a garantia de tempo na propaganda eleitoral e estrutura política na campanha, mas também, para os planos de uma futura administração. É um canal importante para qualquer gestão, já que grande parte das obras como o metrô, depende de recursos federais, lembrou.
PANORAMA
As intenções de voto para prefeito de
Curitiba, segundo a Paraná Pesquisas
Cenário 1
Gustavo Fruet (PDT) 26,7%
Ratinho Júnior (PSC) 26,3%
Luciano Ducci (PSB) 21,5%
Rafael Greca (PMDB) 7,3%
Tadeu Veneri (PT) 2,8%
Renata Bueno (PPS) 2,5%
Não Sabe 6,6%
Nenhum 6,3%
Cenário 2
Gustavo Fruet (PDT) 20,3%
Ratinho Júnior (PSC) 18,9%
Luciano Ducci (PSB) 16,3%
Ângelo Vanhoni (PT) 7,3%
Rubens Bueno (PPS) 7,1%
Roberto Aciolli (PV) 6,3%
Rafael Greca (PMDB) 6,2%%
Fábio Camargo (PTB) 3,3%
Ney Leprevost (PSD) 2,8%
Não Sabe 6,5%
Nenhum 4,8%
Cenário 3
Gustavo Fruet (PDT) 26,2%
Ratinho Júnior (PSC) 26,0%
Luciano Ducci (PSB) 21,3%
Rafael Greca (PMDB) 7,4%
Dr Rosinha (PT) 4,0%
Renata Bueno (PPS) 2,4%
Não Sabe 6,8%
Nenhum 5,9%
Cenário 4
Gustavo Fruet (PDT) 28,5%
Ratinho Júnior (PSC) 27,7%
Luciano Ducci (PSB) 22,7%
Rafael Greca (PMDB) 8,0%
Não Sabe 6,8%
Nenhum 6,3%