Publicamente ninguém assume, mas nos bastidores, deputados do PMDB que defendem a coligação com o prefeito Luciano Ducci (PSB) na eleição deste ano em Curitiba, admitem que o senador Roberto Requião (PMDB) está certo quando afirma que abrir mão de disputar a prefeitura da Capital com candidato próprio significa, na prática, desistir antecipadamente de disputar o governo em 2014 para apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Requião tem usado esse argumento para defender a candidatura de Rafael Greca à prefeitura. E afirmado que isso será o primeiro passo para que o partido construa um projeto político próprio no Estado para que ele tente voltar ao Palácio Iguaçu daqui a dois anos.

Os parlamentares pró-Ducci reconhecem que uma aliança em Curitiba automaticamente abre caminho para um acordo formal com Richa, que incluiria a indicação de um candidato a vice-governador do PMDB, e maior presença em um futuro primeiro escalão da administração estadual. Só não assumem isso, no momento, para não dar munição a Requião e seu grupo.

Caso a tese da coligação com o prefeito seja derrotada na convenção municipal, o deputado estadual Reinhold Stephanes Júnior (PMDB) pretende colocar seu nome na disputa pela indicação de candidato contra Greca. Fontes do partido avaliam, porém, que a iniciativa teria poucas chances de sucesso, já que se os convencionais optarem pela candidatura própria, já estariam sinalizando apoio ao ex-prefeito, “apadrinhado” por Requião.