O senador Alvaro Dias (PSDB) começou ontem a colher assinaturas para a criação da CPI da Petrobras. “O Brasil exige o fim da impunidade. Temos que debater a gestão temerária da Petrobras, e a CPI é i local adequado para o debate”, disse Alvaro. O senador disse estar otimista com a adesão de governistas à criação da CPI, já que, segundo ele, “investigar é uma prerrogativa do Poder Legislativo”.

Apesar do otimismo do tucano, na Câmara Federal os líderes dos cinco partidos do chamado “blocão” decidiram que só apoiarão oficialmente a instalação da CPI se a oposição conseguir as 27 assinaturas de senadores necessárias para instalar uma comissão mista. Os deputados descartaram a tentativa de furar a fila e tentar instalar a CPI apenas na Câmara por temer que não se alcance a maioria necessária em plenário para aprovar a urgência. O movimento visa também jogar a pressão sobre o tema para os senadores. “Não dá para toda vez a gente fazer o desgaste aqui e os senadores se acertarem com o governo por lá”, relatou um dos participantes da reunião.

Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT), classificou como manobra política eleitoral da oposição a tentativa de criação da CPI. Depois de lembrar que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, já está sendo investigada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, a senadora disse que a oposição quer, de fato, é tentar atingir a imagem da presidenta Dilma Rousseff, porque a chefe do Executivo presidia o Conselho de Administração da estatal na época da aquisição. “Por quê o Congresso deve fazer um julgamento político? Estaria aí o interesse do processo eleitoral? Se temos todos os instrumentos para fazer uma apuração técnica e, desde 2008 este assunto está sendo discutido, por quê agora o afã de se fazer uma investigação política?”, questionou.