O pedágio voltou ao centro do debate político nas eleições deste ano no Paraná. Enquanto o governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), aposta na negociação com as concessionárias como forma de garantir a retomada de obras de duplicação das rodovias, os candidatos do PMDB, senador Roberto Requião, e do PT, senadora Gleisi Hoffmann, insistem na disputa judicial para a revisão dos contratos e tarifas – estratégia que não deu resultado nos oito anos dos dois mandatos anteriores do peemedebista. 

Além de mais de 36 ações movida durante a gestão Requião, entre 2003 e 2010 para revisar contratos, o Ministério Público Federal investiga 13 atos não publicados em Diário Oficial que substituíram trechos de obras previstas. De acordo com o relatório do MPF publicado em março deste ano, as seis concessionárias que administram trechos de rodovias federais no Paraná teriam sido beneficiadas com as alterações – parte delas realizadas durante a administração requianista.
Entre os três principais candidatos, Richa é o único que quer manter os contratos de concessão, ao mesmo tempo em que sua administração negocia a inclusão e antecipação de mais obras. Graças a isso, afirma, teria conseguido retomar o diálogo com as empresas e viabilizado obras em mais de 200 quilômetros de rodovias.
Requião pretende retomar a briga judicial, mas agora já admite que os contratos precisão ser cumpridos. A afirmação repetida durante a campanha à reeleição ao governo em 2006, baixa ou acaba, foi substituída por um discurso mais prudente. A luta contra o pedágio continua. Entramos com várias ações contra o pedágio  na gestão 2003-2010, mas a Justiça não teve tempo de julgar e o atual governador retirou as ações. Não vamos aceitar redução de obras em troca de redução de tarifas, afirma.
Richa nega ter retirado as ações e até já conseguiu um direito de resposta contra Requião na Justiça Eleitoral por conta das afirmações. Segundo o tucano, as únicas ações que foram retiradas envolvem demandas judiciais que já perderam objeto, como reajustes de tarifa já concedidos pela Justiça.
Gleisi também pretende solicitar a revisão de todos os contratos envolvendo concessionárias no Estado. Gleisi afirma que quando assumiu a vaga no Senado em 2010 solicitou análise do TCU sobre o pedágio no Paraná e a decisão foi de que havia um desequilíbrio econômico-financeiro na tarifa em prejuízo ao usuário. No final de 2011, o TCU determinou ao governo do Paraná que, no  prazo de um ano, fizesse uma revisão nos contratos e reestabelecesse o equilíbrio da tarifa. A postura da candidata petista é combativa com relação ao assunto. O governo do Estado pediu prazo e não fez essa revisão, mas agora quer aportar recursos para garantir investimentos; é um acinte; ter pedágio caro e ainda colocar dinheiro público para fazer investimentos, acusa.