Foto: Nani Gois/Alep
Único a discursar na sessão de hoje realizada no refeitório da Assembleia Legislativa – além do líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) – o deputado Adelino Ribeiro (PSB) reclamou que o secretário de Estado da Saúde, Michelle Caputo, condicionou a liberação de um ônibus para sua base eleitoral, ao voto dele favorável ao pacote de corte de gastos do Executivo. Ribeiro diz que vinha negociando a liberação do veículo para a prefeitura de Alto Piquiri (região Noroeste), desde o ano passado, mas que na época Caputo alegou que não poderia fazer a entrega por se tratar de período eleitoral. Passada a eleição, ele voltou a cobrar e teria ouvido do secretário, o pedido de voto favorável ao pacote de corte de gastos que motivou a invasão da Assembleia por manifestantes contrários as medidas.
“Na quarta passada liguei para o secretário o ouvi: ‘vote lá que a gente vai entregar o que o senhor quer'”, afirmou o deputado, que mesmo assim disse que vai votar contra os projetos do governo, por considerar que eles prejudicam a população. “Muitos me chamaram de ‘laranja’. Pessoas que não apoiaram o governo na eleição, entregaram ambulâncias. Não fiz jogo duplo. Não fujo do plenário para não ficar mal com o governo e com a sociedade. Se me tacharem de oposição pelo meu voto hoje, vou conversar com o governador. Se quiserem tirar o que é de direito do deputado Adelino, que tirem”, disse o parlamentar.
O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) negou pressão sobre os parlamentares, ou troca de obras e outros benefícios do Executivo em troca de votos. Segundo ele, o que acontece é que os veículos tem sido destinados prioritariamente a consórcios intermunicipais de saúde, que atendem a várias cidades, e não a prefeituras individualmente.
