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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e o Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta divulgaram notas repudiando as declarações do deputado estadual e presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, pastor Edson Praczyk (PRB), que na sessão de ontem atacou a repórter Paola Manfroi, da RPC TV. Praczyk e o servidor da Assembleia, Luis Alberto de Lima tiveram R$ 308,4 mil de seus bens bloqueados pela Justiça, sob a acusação do Ministério Público (MP) de terem utilizado os documentos de uma “fiel” para empregá-la na Casa como funcionária “fantasma”.

Em seu discurso o parlamentar questionou o vazamento da informação, já que o processo corre em segredo de Justiça. “O que essa jornalista ‘deu’ para conseguir essas informações privilegiadas? Como que conseguiu isso? Se nem eu sabia que tinham embargado, bloqueado minha conta bancária? Como pode?”, afirmou ele.

Segundo o Sindijor, o mesmo Praczyk já tinha usado palavras de baixo calão para se referir a jornalistas que cumpriam com o seu dever, questionando as irregularidades apontadas pelo Ministério Público (MP). “Desta vez, porém, há o sério agravante do machismo”, avalia a entidade. Para o Sindijor, a atitude de Pracyk se configura quebra de decoro. O sindicato diz que vai estudar “medidas, inclusive judiciais, a serem tomadas contra o deputado” e que encaminhará o caso à Presidência da Assembleia.

Para o Sindijor, é “incoerente, ainda, o fato de o político seguir na presidência do Conselho de Ética da Casa, tendo inclusive já arquivado o pedido de abertura de processo de cassação contra o ex-presidente da Alep Nelson Justus (DEM), acusado de contratações irregulares e desvio de salários de servidores”.

Em sua nota, o coletivo feminista também disse que “repudia as declarações machistas do parlamentar, incompatíveis com o decoro, e se solidariza com a profissional, cujos direitos foram claramente desrespeitados”.

Praczyk alegou que não conhece a suposta funcionária fantasma, e que o responsável pelas contratações, Luis Alberto de Lima, é funcionário de carreira da Assembleia e não assessor de seu gabinete.