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A presidente Dilma Rousseff decidiu suspender a nomeação do ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo para um cargo de diretor-geral da Itaipu Binacional. A decisão foi tomada depois que Bernardo foi citado pelo juiz Sérgio Moro em denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, envolvendo a sua esposa, a ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT), dentro das investigações da 18ª fase da Operação Lava Jato, apelidada de “Pixuleco II”.

A denúncia aponta a suspeita de desvio de R$ 40 milhões do Ministério do Planejamento pela empresa Consist – que obteve contrato para operar um sistema de crédito consignado para servidores públicos federais em 2010, quando Bernardo era ministro. Segundo Moro, parte do dinheiro da Consist teria sido repassado ao escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, e beneficiado a senadora. Paulo Bernardo e Gleisi negam as acusações.

Segundo os documentos encaminhados ao STF por Moro, pelo menos R$ 50 mil desse esquema teriam sido repassados em favor de Gleisi e de pessoas ligadas a ela, além do ex-ministro. Um documento apreendido durante as investigações indica o pagamento feito pela Consist de R$ 50 mil de honorários a Gonçalves em novembro de 2011. Ele teria acertado a operação com Paulo Bernardo, que ficaria, segundo as investigações, com todo o valor.

Dilma pretendia nomear o ex-ministro para o cargo em Itaipu, mas desistiu após a nova denúncia. A presidente, agora, quer esperar os desdobramentos do processo, antes de tomar uma decisão, para evitar nova “contaminação” do governo em razão das investigações da Lava Jato.