pessuti

A Comissão de Ética do PMDB do Paraná decidiu hoje, em reunião, em Curitiba, expulsar o ex-governador Orlando Pessuti. Ele é acusado desrespeitar resolução da Executiva Estadual que proibiu filiados com cargo ou função de direção no partido, de participar da administração direta ou indireta no governo Beto Richa (PSDB). Dos seis membros da comissão presentes, cinco votaram pela expulsão.

Pessuti é membro do Diretório estadual e delegado na Convenção Nacional do PMDB e ocupa o cargo de diretor administrativo do Conselho Administrativo do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) nomeado pelo governador. “Por essa razão o ex-governador descumpre a Resolução de 15 de junho deste ano do Diretório Estadual que deliberou sobre fidelidade partidária”, explica o relator do processo e integrante da Comissão de Ética do PMDB-PR, João Benjamin dos Santos.

Segundo ele, a resolução previa um prazo de 60 dias de afastamento das funções partidárias e o encaminhamento do caso para a Comissão de Ética para ser julgado. “É o que fizemos hoje”, explicou.

Além do relator, estavam presentes na reunião os conselheiros Neuroci Antonio Frizzo, Márcia Regina Ferreira da Silva, Nizan Pereira, Sergio Benedetti, que votaram com o relator pela expulsão e Celso Wenski, que se absteve. O resultado final foi de cinco votos pela expulsão do ex-governador. “A conduta correta e ética é uma cobrança da sociedade que exige respeito às instituições. Não podemos agir de outra forma e isso justifica nossa decisão”, avalia Nizan Pereira.

Pessuti disse que vai recorrer à própria comissão de Ética e, se for o caso, à Justiça contra a decisão. Ele afirma desconhecer esse processo. Segundo ele, outro processo de expulsão aberto em outubro, por infidelidade partidária, pelo grupo do senador Roberto Requião, em razão de sua participação na propaganda eleitoral do governador Beto Richa na campanha de 2014 foi suspenso judicialmente. “Esse outro processo eu nem sequer tenho conhecimento da existência, não fui notificado, não tive direito à defesa, portanto é totalmente nulo”, garante.

Pessuti rompeu com Requião desde a eleição de 2010, quando teve sua candidatura ao governo vetada. No ano passado, ele chegou a ir ao programa eleitoral de Richa para pedir que os eleitores não votassem no senador, então candidato do PMDB ao governo do Estado. Segundo ele, a nova tentativa de expulsão seria apenas um factóide. “É mais um ato de truculência, fanfarronice do Requião. Eles querem criar mais um fato político porque nosso grupo está se organizando para enfrentá-los na convenção”, disse, referindo-se à convenção que vai definir o novo comando do PMDB do Paraná no próximo dia 31.