O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual deflagrou hoje a terceira fase da Operação Publicano – que investiga um esquema de cobrança de corrupção na Receita Estadual envolvendo auditores fiscais e empresários. Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão, doze de busca e apreensão e sete conduções coercitivas, além de mandados de sequestro e arresto de bens. Nesta etapa, está sendo apurado especificamente o crime de lavagem de dinheiro.

Até o início da tarde, quatro pessoas haviam sido presas — entre elas o ex-delegado da Receita José Luiz Favoreto, o seu irmão, Antônio Pereira Junior Favoreto, a esposa de Antônio, Leila Pereira, e o advogado André Arruda. Favoreto já havia sido preso anteriormente e liberado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros dois empresários são considerados foragidos.

Segundo as investigações do MPE, os presos usavam empresas fantasmas para “lavar” o dinheiro proveniente de propina cobrada de empresas devedoras da Receit. Essas operações incluiriam compra de imóveis em valores abaixo do mercado, simulação de prestações de serviços e negociação de títulos de “créditos podres” ou fraudulentos, segundo o coordenador do Gaeco em Londrina, Jorge Barreto. O esquema teria movimentado quase R$ 6 milhões usados para comprar carros, motos, barcos, imóveis em Londrina e Porecatu e uma lotérica em Curitiba, de acordo com o Gaeco.

Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Londrina e Curitiba, e os de condução coercitiva em Londrina, Arapongas e Ibiporã. Foram ordenados sequestro e arresto de embarcações, veículos e motos e equipamentos de uma lotérica, além de imóveis em Londrina e Porecatu e, ainda, valores em dinheiro. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Londrina.