multa carli filho

A prefeitura de Curitiba confirmou hoje a autenticidade da multa registrada 4 minutos antes e a poucos metros do acidente que envolveu o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, em 7 de maio de 2009, no bairro do Mossunguê, em Curitiba, que resultou em duas mortes. O documento foi enviado pelo motorista do veículo, um Gol, na última segunda-feira, a Gilmar Yared, pai de Gilmar Rafael Yared, uma das vítimas do acidente. Yared divulgou o material na última terça-feira, afirmando que ele colocaria em xeque as alegações da Consilux, que operava os radares na época, segundo os quais os equipamentos teriam falhado, e por isso não teriam registrado imagens do veículo dirigido por Carli Filho, nem do acidente.

“Com base em dados repassados pela empresa Consilux, a Prefeitura de Curitiba confirma que foi emitido um auto de infração na Rua Ivo Zanlorenzi, à 0h50 do dia 7 de maio de 2009, para um automóvel VW Gol 1.0. O radar que registrou a infração estava localizado na altura do número 940 da Rua Ivo Zanlorenzi, próximo ao Rio Barigui”, disse a prefeitura, em nota.

O motorista do Gol disse que não divulgou antes a multa por temor de represálias. Ele teria decidido encaminhar o documento à família depois que na semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu adiar o julgamento do ex-deputado, marcado para esse mês.

Yared disse ter encaminhado o documento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, para que seja investigado.

Quando o acidente ocorreu e o caso veio à tona, a Consiluxalegou que o carro do ex-deputado não foi detectado por nenhum dos sete radares, do possível trajeto entre o restaurante no Bairro Bigorrilho, onde ele jantou, até o local do acidente, na Avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzzi, no Bairro Mossunguê. Essa informação foi confirmada ainda por um engenheiro especializado em acidentologia, Walter Kauffmann, contratado pela família de Gilmar Rafael Yared. A análise foi baseada no relatório de todos os radares enviados pela Consilux.

Hoje, a Consilux alegou que não poderia dar qualquer informação sobre o assunto, porque o contrato de concessão dos radares firmado entre a empresa e a prefeitura, entre 2005 e 2009, teria uma cláusula de confidencialidade.