Requião

Depois de se reunir com a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), na quarta-feira, o senador Roberto Requião (PMDB) apresentou ontem, no plenário do Senado, o que chamou de “um programa de transição para o país”, prevendo medidas urgentes nas áreas econômica e política. Segundo o peemeedebista, o programa seria adotado no espaço de tempo entre a derrubada do processo de impeachment no Senado, a convocação de um plebiscito para decidir a realização ou não de novas eleições, o novo pleito e a posse do novo presidente. Nesse meio tempo, explicou Requião, Dilma comandaria um governo de transição, concentrando ações para uma virada na economia, substituindo as propostas neoliberais do governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB) por uma política econômica “anticíclica”, ou seja, de estímulo à retomada de crescimento.

O senador alegou que, mais um a vez, na contramão da história, o Brasil é um dos países que ainda adota o tripé conservador das metas do superávit, da inflação e mantém o câmbio flutuante. “O Brasil está dando asilo a um projeto que faliu no mundo todo e que até o FMI vê com reservas”, afirmou Requião, que na terça-feira participou de jantar com 30 outros senadores, que segundo ele, seriam contrários ao impeachment da petista. Para que o impeachment seja rejeitado e Dilma volte ao cargo são necessários 27 votos contrários ao afastament. Na votação pela admissibilidade do impeachment, em 12 de maio, foram 22 senadores contrários e 55 favoráveis.