ricardo barros

O ministro da Saúde, deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP) voltou a causar polêmica hoje, ao afirmar que os homens procuram menos o atendimento de saúde porque “trabalham mais do que as mulheres e são os provedores” das famílias brasileiras. A declaração foi dada durante o lançamento do guia “Pré-Natal do Parceiro”, que pretende incentivar os homens a fazerem exames de prevenção ao acompanhar as mulheres aos postos de atendimento durante a gravidez.

Barros teria dito que além de terem “menos tempo” para cuidar da saúde do que as mulheres, os homens fazem menos acompanhamento médico por uma questão cultural. “Normalmente quando o atendimento familiar vai à casa das famílias os homens estão fora trabalhando”, disse Barros.

Não é a primeira polêmica do paranaense à frente do ministério. Logo após assumir o cargo, em maio, ele suscitou críticas depois de afirmar que o País não teria condições financeiras de garantir o direito de acesso universal à saúde pública a todos, como previsto na Constituição Federal de 1988, que criou o Sistema Único de Saúde. E que o tamanho do SUS teria que ser revisto. “Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina. Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las. Não adianta lutar por direitos que não poderão ser entregues pelo Estado. Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber”, afirmou Barros na ocasião.

Diante da repercussão das afirmações, ele recuou e disse em nota ter “compromisso com o direito de acesso à saúde pública e a continuidade do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Barros também afirmou que o Ministério deveria discutir a questão do aborto com as igrejas, e defendeu a criação de planos de saúde “populares”, com menos exigências de cobertura e atendimento. Outra declaração polêmica foi a de que muitos pacientes que procuram atendimento em unidades de atenção básica da rede pública apenas “imagina” estar doente, o que geraria gastos desnecessários para o SUS com exames.