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O líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno, classificou as mudanças aprovadas na madrugada desta quarta-feira no projeto das 10 Medidas contra a Corrupção de revanchismo e tentativa de intimidar e amordaçar juízes e promotores. Para o deputado, as desfigurações do projeto precisam ser derrubadas no Senado. O PPS encaminhou a votação contra os destaques ao texto que miravam o Poder Judiciário e que retiravam do projeto tipificações de crime e outros mecanismos de combate a corrupção.

“O que assistimos foi um espetáculo que soou para a sociedade como um revanchismo daqueles que são investigados pela Lava Jato. Foi aprovada até uma emenda que amordaça os procuradores, que os proíbe de se manifestar pela imprensa sobre um projeto pendente de julgamento. Um absurdo completo que na prática pode impedir que os procuradores, como fazem na Lava Jato, convoquem coletivas de imprensa para prestar contas a sociedade do trabalho que estão fazendo”, criticou Bueno.

Para o líder do PPS, a questão do abuso de autoridade de magistrados e integrantes do Ministério Público não deveria nunca ter sido incluída no projeto. “Soa a perseguição, retaliação, intimidação. Nós não podemos concordar com isso num momento como o que vivemos no país. É uma discussão que até poderia ser tratada em outro momento, mas não dentro do projeto das 10 Medidas contra a corrupção”, avaliou.

De acordo com Bueno, o trabalho a ser cumprido agora é trabalhar para que o Senado rejeite as mudanças feitas na Câmara que desfiguram o projeto. “Vamos trabalhar para isso. Para que se retome o texto das 10 medidas aprovado na comissão especial e que o projeto volte para a Câmara. Teremos um bom embate”.

O deputado avalia ainda que para que se retome a ideia original do projeto é preciso que a sociedade se mobilize. “O caminho é ir para rua, mobilizar e dizer que isso tipo de coisa não pode acontecer. 2018 está aí e o voto é democrático. O que percebemos ontem é que aqueles que estão preocupados com a Lava Jato incluíram no projeto essa questão de abuso de autoridade. A Lava Jato é um patrimônio do povo brasileiro e está cumprindo com o seu papel. De repente vem aqui uma proposta para intimidar aquele trabalho que está sendo feito. A sociedade não vai admitir isso. Acredito até que, provocado, o Supremo Tribunal Federal vai derrubar isso”, afirmou.