Romanelli

Um dia após um torcedor do Corinthians ter sido espancado por torcedores do Coritiba, antes do jogo entre o clube paulista e o paranaense, os deputados estaduais decidiram adiar a votação do polêmico projeto que libera a venda e consumo de cerveja nos estádios e arenas desportivas do Estado. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), admitiu que os parlamentares – entre eles o líder do governo na Casa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), um dos autores da proposta – consideraram que não seria oportuno votar o projeto nesse momento.

A proposta chegou a entrar em pauta na segunda-feira da semana passada, mas foi retirada a pedido de Romanelli. Na ocasião, ele alegou que muitos deputados estavam viajando, por isso teria pedido o adiamento.

Onze deputados assinam o projeto: o líder do governo na Casa, Luiz Claudio Romanelli (PSB), Alexandre Curi (PSB), Stephanes Junior (PSB), Ademir Bier (PMDB), Pedro Lupion (DEM), Marcio Pauliki (PDT), Tiago Amaral (PSB), Fernando Scanavaca (PDT), Marcio Nunes (PSD), Nelson Justus (DEM) e Anibelli Neto (PMDB). A proposta regulamenta a venda e o consumo de cerveja e chope nos estádios.

Na justificativa, os autores alegam que o “Estatuto do Torcedor” (Lei Federal nº 10.671/2003) não proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, mas apenas o “porte de objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar atos de violência”. O projeto ainda argumenta, por exemplo, que a experiência da Copa do Mundo FIFA 2014 promoveu eventos com cerveja liberada e nem por isso teria sido registrado qualquer aumento nos índices de violência nos estádios.

A proposta sofre resistência da bancada evangélica na Assembleia, que apresentou projeto na direção contrária, para proibir a comercialização e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios através de lei estadual.