Romanelli Foto: Pedro de Oliveira/Alep

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), fez ontem um longo discurso sobre os desdobramentos da operação Quadro Negro, que investiga o desvio de recursos para a construção de escolas. Romanelli repetiu o argumento de que os aditivos assinados pelo governador Beto Richa (PSDB) que beneficiaram a construtora Valor – que teria desviado os recursos, sem fazer as obras – teriam passado por doze instâncias anteriores de análise, e que não haveria como Richa ter conhecimento dos problemas descobertos mais tarde. Segundo ele, a responsabilidade pelos desvios seriam do dono da construtora, Eduardo Lopes de Souza e servidores da Secretaria da Educação. De acordo com ele, teria havido um “conluio” entre o empresário e servidores da Pasta.

O parlamentar também comentou a prisão do ex-diretor da secretaria, Maurício Fanini, no último sábado. E previu que assim como o dono da construtora, ele também deve fechar acordo de delação premiada. “Sabe o que vai acontecer, (Fanini) vai fazer delação premiada. Vai falar que o Eduardo Lopes de Souza, tudo o que ele falou é verdadeiro. A mentira é repetida para os malandros escaparem da cadeia”, alegou o líder governista. “Acusar as pessoas é muito fácil. Acusar político é a coisa mais fácil, virou moda no Brasil hoje. E se os senhores acham que vai melhor, não vai. Vai piorar”, disse Romanelli.

O líder da bancada de oposição, deputado Tadeu Veneri (PT), lembrou que seu partido tem sido alvo de delações premiadas há pelo menos três anos. “E tenho insistido que da mesma forma que nós dizemos que as delações feitas têm que ser comprovadas por provas o mesmo vale para a Quadro Negro”, afirmou. Veneri considerou, porém, as explicações do líder do governo insuficientes. “Acusar o mensageiro pela notícia ruim não resolve o problema. Você acusar o delator – que deve comprovar a sua delação – não resolve”, disse.