Foto: Franklin de Freitas / Bem Paraná

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Dos quatro deputados federais do Paraná que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, três votaram com o relatório que recomendou o arquivamento da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) por obstrução da justiça e organização criminosa. A lista dos que votaram para livrar Temer da investigação no Supremo Tribunal Federal inclui o ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB), Evandro Roman (PSD) e Edmar Arruda (PSD). Apenas Rubens Bueno (PPS) votou pelo prosseguimento da denúncia. O parecer teve 39 votos favoráveis, 26 contrários e 1 abstenção.

A questão agora deve ser votada pelo plenário da Câmara na próxima quarta-feira. Para ter prosseguimento e seguir para o STF, a denúncia precisa receber o apoio de, pelo menos, 342 deputados, o equivalente a dois terços do total de 513 parlamentares da Casa. Havendo autorização da Câmara para prosseguimento da denúncia, os ministros da Corte decidirão se o presidente Michel Temer vira réu. Nesse caso, ele será afastado do cargo por até 180 dias.

A acusação contra Temer de obstrução da Justiça refere-se ao suposto aval dado pelo presidente para que a JBS comprasse o silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos.

Joesley Batista, da JBS, gravou uma conversa com Temer na noite de 7 de março na garagem do Palácio do Jaburu. No entendimento de Janot, o presidente concordou quando Joesley contou que estava pagando a Cunha e Funaro para que eles não contassem o que sabem sobre os esquemas ilícitos.

A acusação de envolvimento em organização criminosa resulta de uma investigação sobre o suposto “quadrilhão do PMDB da Câmara”. Relatório da Polícia Federal indicou que Temer tinha poder de comando nesse grupo e utilizava terceiros para executar tarefas sob seu controle.