Levantamento divulgado hoje pelo jornal O Estado de São Paulo aponta que o Paraná é um dos cinco estados brasileiros que conseguiu melhorar suas contas, enquanto os demais acumulam um déficit de R$ 60 bilhões. O estudo, feito pelo especialista em contas públicas Raul Velloso revela que de 2015 a outubro de 2017 apenas Paraná, Alagoas, Ceará, Maranhão e Piauí registrara superávits financeiros. No caso paranaense, o estado teve um saldo positivo de R$ 2 bilhões, segundo melhor resultado, atrás apenas de Alagoas.

A queda na arrecadação de impostos, provocada pela crise econômica, e crescimento na folha de pagamento foram os principais problemas enfrentados pelos Estados, apontou o estudo. De acordo com o levantamento, os estados teriam saído de uma situação fiscal positiva, com saldo de R$ 16 bilhões no período de 2011 a 2014, para o deficit de R$ 60 bilhões nos três exercícios seguintes. Para especialistas ouvidos pela reportagem, se os governadores “não tomarem medidas drásticas até o fim deste ano, vão entregar um rombo bilionário para seus sucessores”.

Para o governador Beto Richa (PSDB), o resultado mostra que o Paraná teve coragem de agir antes de iniciada a fase mais grave da crise. “Com austeridade e responsabilidade nos antecipamos à crise nacional que deteriorou a contas da grande maioria dos Estados brasileiros”, afirma Richa. “No Paraná, fizemos um profundo ajuste e conseguimos manter o equilíbrio fiscal, mesmo na fase mais aguda da recessão”, acrescenta ele.

O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, diz que, mais uma vez, os dados mostram que o ajuste fiscal feito pelo Paraná deu certo. Ele destaca que o governador Beto Richa aprovou medidas necessárias e duras mesmo em meio a muitas resistências.“Hoje o Paraná se destaca nacionalmente como um Estado equilibrado, que paga as contas em dia, amplia os investimentos e melhora a qualidade de vida dos paranaenses”, ressalta Mauro Ricardo.

O texto cita exemplos de atrasos no pagamento de salários de servidores, greves e aumentos nos casos de violência. Diante das dificuldades, a previsão é de que os governadores vão reduzir os investimentos. Segundo Costa, novamente o Paraná se destacará em relação aos demais Estados. “Estamos prevendo investimentos recordes para 2018”, diz o secretário, citando a previsão de R$ 8,4 bilhões para investimentos no exercício.

Em 2017, o governo do Estado diz ter mais do que dobrado o volume de investimentos contratados e fechou o ano com um volume recorde de R$ 3,67 bilhões, 132% maior que o registrado em 2016 (R$ 1,58 bilhão). O volume, somado ao das estatais e demais poderes, segundo o Executivo, alcançou R$ 6,8 bilhões em 2017, com crescimento de 17% em relação ao ano anterior.