Orlando Kissner/AEN

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Dirigentes de cinco partidos que integram a base de apoio do governador Beto Richa (PSDB) divulgaram hoje nota na qual manifestam apoio ao tucano como “principal articulador para a formação de uma coligação” para a disputa pela sucessão estadual no Paraná nas eleições deste ano. Segundo fontes ligadas ao grupo governista, a nota seria uma reação à intensa movimentação do ministro da Saúde e deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP), em busca de apoio para a pré-candidatura de sua esposa, a vice-governadora Cida Borghetti (PP), ao governo do Estado para as eleições de outubro.

“Nós, representantes de partidos políticos integrantes da base de apoio ao Governo do Estado, manifestamos nosso integral apoio à liderança do Governador Beto Richa e às tratativas que ele venha a fazer para entendimentos e alianças com vistas ao processo eleitoral de 2018”, afirma a nota. “Reiteramos nossa confiança e convicção na capacidade de mobilização e aglutinação do Governador Beto Richa, que o credenciam a atuar como principal articulador para a formação de uma coligação forte e vitoriosa”, diz o grupo.

O texto é assinado pelos presidentes estaduais do PSDB, deputado Ademar Traiano – também presidente da Assembleia Legislativa -; do PSB, Severino Araújo; do PTB, deputado federal Alex Canziani; do DEM, deputado estadual Pedro Lupion; e do PR, deputado federal Fernando Giacobo.

“A liderança do governador Beto Richa nesse processo vai assegurar que as conquistas obtidas pelo Paraná nestes últimos anos sejam compartilhadas por todos aqueles que têm responsabilidade com o futuro do nosso Estado”, aponta a nota.

Barros vem dando como certo que o governador renunciará ao cargo até o início de abril para disputar uma das vagas no Senado. Com isso, Cida Borghetti assumiria o governo por nove meses, e concorreria à reeleição.

Richa, porém, afirmou recentemente que sua tendência hoje seria permanecer no comando do governo até o final do mandato, em 31 de dezembro, não concorrendo às eleições deste ano. Com isso, ele conduziria pessoalmente as articulações para sua sucessão.

O ministro da Saúde reagiu afirmando que isso não mudaria em nada o cenário, e que Cida Borghetti seria candidata assim mesmo. Nos bastidores, porém, já há comentários de que caso Richa não se desimcompatibilize para que a vice assuma, ele seria o candidato ao governo, e sua esposa disputaria uma vaga na Câmara Federal.

Além disso, nos últimos dias, Barros teria conseguido atrair o apoio do PSC e do PR – partidos até então ligados ao deputado estadual e também pré-candidato ao governo Ratinho Júnior. E segundo fontes da base governista, estaria assediando outras legendas e lideranças do grupo, oferecendo cargos em uma eventual futura administração de Cida Borghetti em troca de apoio às pretensões eleitorais da vice.

Essa postura estaria incomodando aliados mais próximos do governador, entre eles Traiano e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB). A nota divulgada hoje seria uma forma de deixar claro que somente o governador seria o responsável por articular a aliança do grupo para as eleições deste ano.