Diante da confusão instalada no plenário e para ganhar tempo para chegar a um consenso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu adiar a votação do pacote das medidas contra a corrupção para a próxima semana. Maia afirmou que vai continuar se reunindo com líderes da Casa para estudar o texto até a próxima terça-feira, e que, somente depois disso, a matéria seria levada novamente ao plenário.
Ao anunciar a decisão, ele mandou recados ao Ministério Público Federal e disse que os deputados têm independência para aprovar ou rejeitar qualquer texto. Ninguém pode se sentir ofendido por uma decisão onde o plenário da Câmara é soberano, disse. Ele também afirmou que não haverá anistia à prática de caixa 2 e que isso é algo que tem sido usado para denegrir a imagem do Congresso. Vamos acabar com essa história de anistia, não é anistia de um crime que não existe. Isso é um jogo de palavras para desmoralizar e enfraquecer o parlamento, disse.
Maia voltou à Casa logo cedo e começou uma série de reuniões com líderes de praticamente todos os partidos. Pela manhã, deputados não descartavam a possibilidade de rejeitar completamente o texto do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e apresentar um projeto substitutivo.
No início da tarde, os parlamentares chegaram a aprovar urgência para apreciação das medidas anticorrupção. Houve bate-boca no plenário quando deputados tentaram aprovar um requerimento para que todas as votações fossem nominais, ou seja, para que ficasse registrado como cada parlamentar votou.
A grande preocupação dos parlamentares é votar um texto que seja mais favorável à classe política. Políticos investigados na Lava Jato pressionam para que o texto do projeto traga de forma explícita a anistia ao caixa 2.