Uma avaliação feita por uma comissão federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apontou que o pior estabelecimento prisional brasileiro fica no Paraná. Trata-se do 11º Distrito Policial, na Cidade Industrial de Curitiba. Em visita feita ao local na manhã de ontem (24), constatou-se que o ambiente úmido, insalubre, infestado de ratos, sem qualquer condição de higiene e saúde e que há ainda superlotação das celas e total desamparo jurídico.

Neste sábado, o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Fernando Francischini, reagiu à avaliação, afirmando que prefere ” encarar as críticas de superlotação de presos do que assistir bandidos matando e roubando soltos nas ruas” (confira o vídeo completo acima).

O secretário já havia reconhecido em uma nota publicada no site da secretaria que as delegacias de Curitiba e Região Metropolitana enfrentam o problema de superlotação, afirmando que uma das soluções tem sido transferir cerca de 150 presos para o sistema prisional semanalmente.

Ontem, o coordenador nacional Adilson Geraldo Rocha, da Coordenadoria Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário (Coasc) do Conselho Federal da OAB, afirmou que a situação em delegacias e presídios expões o Paraná ao vexame. “Não existe defensoria pública. Como o Estado prende pessoas e não dá assistência mínima. Encontramos pessoas presas, sem sentença condenatória há mais de 4 anos. Vimos inúmeras pessoas presas porque não tiveram condição de pagar fiança de 200, 300 reais. Isso é absolutamente inadmissível e já não acontece em vários estados da federação. Saímos altamente decepcionados com a situação jurídica dos presos daqui”, afirmou. 

Revoltas

No ano passado, o Paraná registrou cerca de 20 casos de revolta de presos em penitenciárias, presídios e cadeias do estado. Em um dos episódios mais violentos, registrado na Penitenciária Estadual de Cascavel (PCE), houve até mesmo decapitação. A maior parte das rebeliões aconteceu em Piraquara, Pinhais e na Capital, com os detentos se rebelando para pedir transferência para outras unidades do sistema penitenciário.