A coluna Toda Política desta sexta-feira no JE.

É cedo para fazer um prognóstico do que serão as eleições para a prefeitura de Curitiba no ano que vem. Mas como os magos andam acionando as bolas de cristal, banquemos aqui também a pitonisa. Salvo o expediente reeleitoral ser eliminado na anunciada reforma política, é certo que o prefeito Beto Richa deverá concorrer a mais um mandato. Assim como parece certo que a petista Gleisi Hoffmann, turbinada pelo desempenho na campanha ao Senado de 2006, também dispute o cargo. Quem mais? Ora, considerando os coadjuvantes de sempre e o agora desacreditado Rubens Bueno (PPS), o que se espera é que o PMDB lance também um candidato, até para espantar o estigma de “rei dos grotões”. E quem será ele? Rafael Greca é o nome provável.
E Greca não pensa em outra coisa. Quem acompanha o trabalho diário do presidente da Cohapar, garante que ele vê na possibilidade de disputar, vencer e, assim, retornar à prefeitura um antídoto para sua carreira política claudicante. O problema nos planos de Greca é que há um Requião no meio do caminho.
Desde que, reeleito, escreveu o epílogo de sua carreira à frente da administração estadual, Requião só tem planos para si mesmo. Sabe-se que quer terminar sua vida pública abancado em uma cadeira no Senado Federal. Por isso, não parece disposto a encarar uma campanha desgastante levando nas costas o nome do partido. O caminho mais curto é repetir a cena de 2004, apoiar um petista (como fez com Ângelo Vanhoni) e, dessa maneira, abrir o caminho para que Jorge Samek dispute a sucessão ao governo em 2010. Crê o governador que, assim fazendo, alavancará o apoio integral do PT para uma campanha fácil, econômica e sem percalços em direção à câmara alta de Brasília.
Se é pouco, inclua-se outro fator nesse imbróglio. Requião avalia que Greca não inspira confiança no quesito ambição política. Vê a possibilidade de que tão logo ele se lance candidato a prefeito seja picado pela “mosca azul” e decida também disputar o governo do estado. Daí a sua hesitação em embalar o sonho do ex-ministro da nau. E se Requião balança, balança o PMDB.