A Comissão Processante da Câmara Municipal de Curitiba, presidida pelo vereador Tico Kuzma (PSB) ouviu ontem três testemunhas do processo contra o vereador Professor Galdino (PSDB), acusado de agressão pela vereadora Carla Pimentel (PSC). Rogério Campos (PSC), Bruno Pessuti (PSD) e Helio Wirbiski (PPS), que estavam na sala anexa a plenário da Casa, durante o episódio ocorrido na sessão de 14 de setembro, confirmaram que Galdino teria pulado sobre a mesa e tocado, inicialmente, os seios da vereadora, ao tentar reaver um santinho de campanha. Também teriam testemunhado o fato os vereadores Jonny Stica (PDT) e Beto Moraes (PSDB), que deverão testemunhar na próxima semana.

Pernas para o alto
Segundo Campos, após dar um santinho para Carla Pimentel, Galdino repentinamente se levantou e se jogou sobre a mesa. Ele então levou aos mãos na altura do pescoço, dos peitos dela. Começa a apalpar. Foi descendo até o quadril. Não é ‘eu acho que eu vi’. Ele deitado em cima da mesa, com as pernas para o alto, contou

Ameaça
Bruno Pessuti apresentou relato semelhante. Mais da metade do corpo dele estava para fora. Eu puxei ele. Ele ficou ameaçando, dizendo que ela não era de Deus, que ninguém ia acreditar. Ela ficou em choque. Depois ele voltou, fazendo mais ameaças. Foi quando o vereador Jonny o empurrou com o peito. Depois de algum tempo a gente saiu da sala, acrescentou. Ele pulou de lá pra cá (onde estava sentado), veio sobre a mesa, colocou as mãos nos seios dela, se desequilibrou e ela foi socorrida, se não engano, pelo vereador Bruno. Eu de lá (do canto da sala) não entendi por que aconteceu, disse Helio Wirbiski (PPS).

Acessibilidade
A Câmara de Curitiba publicou edital para contratação de empresa especializada na execução de obras em três dos quatro anexos da Casa para instalação de plataformas elevatórias, para adequar os prédios à acessibilidade de pessoas com os diferentes tipos de deficiência. O valor máximo fixado é de R$ 270.496,16.

Farra das passagens
O procurador Elton Ghersel, da Procuradoria da República na 1ª Região (PRR1), apresentou 52 denúncias contra 443 ex-deputados por uso indevido de dinheiro público na compra de passagens aéreas. Todos são acusados pelo crime de peculato, cuja pena pode variar de dois a 12 anos de prisão. Entre os ex-parlamentares está o atual secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco, um dos principais nomes do governo Michel Temer.

Lista
No caso do Paraná, a lista inclui 24 ex-deputados: Abelardo Lupion (DEM), Airton Roveda (PR), Alceni Guerra (DEM), André Vargas (sem partido), André Zacharow (PMDB), Ângelo Vanhoni (PT), Pastor Oliveira (PRB), Ratinho Jr (PSD), Cezar Silvestri (PP), Dra Clair (PPL), Dilto Vitorassi (PV), Eduardo Sciarra (PSD), Dr. Rosinha PT), Chico da Princesa (PR), Gustavo Fruet (PDT), Barbosa Neto, Irineu Colombo (PT), Iris Simões (PTB), Luciano Pizzatto (PRTB), Luiz Carlos Setim (DEM), Odilio Balbinotti (PMDB), Reinhold Stephanes (PSD), Rodrigo Rocha Loures (PMDB) e Selma Maria Schons (PT).

Defesa
Através de sua assessoria, Fruet disse que todas as viagens que ele fez como parlamentar foram documentadas e que chegou a devolver R$ 700 mil em verbas de representação. Vanhoni, Dr Rosinha, Ratinho Jr alegaram não terem conhecimento do teor da denúncia. Setim alegou não ter sido notificado oficialmente e disse ter usado as passagens de acordo com as regras da Câmara. Os demais não se pronunciaram.