Mais de 2 mil sugestões foram apresentadas na primeira consulta pública sobre o orçamento municipal de 2014, realizada pela Prefeitura de Curitiba na noite desta quinta-feira (4), na Administração Regional da CIC. A consulta, que teve como tema central a saúde, reuniu cerca de mil pessoas no local, e foi acompanhada também pela internet, com transmissão ao vivo e interação por meio de redes sociais e de uma conversa on-line realizada ao fim da reunião. Ao todo, o encontro alcançou cerca de 30 mil pessoas. Na noite desta sexta-feira (5), acontece no Portão a segunda consulta, sobre meio ambiente.

Queremos que esta audiência seja o primeiro passo para uma relação muito próxima e direta entre a Prefeitura e a população, disse o prefeito Gustavo Fruet, ao abrir a consulta.

Fruet apresentou um rápido balanço dos primeiros três meses de gestão e reafirmou ao secretariado, que também participou da consulta, a determinação para que a população seja sempre ouvida com atenção. Todo pedido ou manifestação deve ser respeitado e atendido quando possível. Quando não for possível, temos que explicar a razão, disse. Todos os canais estão abertos, como as regionais, o 156 e as mídias sociais, afirmou Fruet.

>> População pode sugerir prioridades para o orçamento pela internet

Além dos secretários municipais, também participaram da consulta a vice-prefeita Mirian Gonçalves e dirigentes de outros órgãos públicos. Fruet, o secretário da Saúde, Adriano Massuda, e outros gestores públicos responderam a  questionamentos e sugestões feitos por cidadãos durante a consulta

Balanço

O prefeito Gustavo Fruet apresentou dados sobre a situação financeira do município, as medidas de economia adotadas no início da gestão e as iniciativas já tomadas para melhorar os serviços públicos e retomar obras. “Neste curto período,já conseguimos avanços significativos, como garantir a ampliação do horário de atendimento em oito unidades de saúde e retomar o processo de construção de algumas unidades”, afirmou. Ele também destacou outras obras já autorizadas, como a construção de quadras cobertas em três escolas.

O secretário Adriano Massuda apresentou um relatório das ações emergenciais e estruturantes que vêm sendo desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Saúde desde o início de janeiro. O secretário destacou que, neste período, uma das ações importantes para a reestruturação da atenção básica em Curitiba foi a assinatura do decreto da Atenção Primária à Saúde (APS) de Curitiba, que altera e amplia a Estratégia Saúde da Família (ESF) na cidade. Até o final do mês de maio, a cobertura de atendimento chegará a 47% da população – cerca de 800 mil pessoas. Dez unidades passarão a contar com a ESF e oito delas terão seu horário de atendimento ampliado até as 22 horas.

O secretário lembrou de desafios assumidos recentemente, como a gestão da Maternidade do Bairro Novo, por meioda Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (Feaes), e que hoje está com o atendimento normalizado. Foi uma ação que desenvolvemos em apenas 15 dias para evitar a interrupção do atendimento na maternidade, disse.

Outro eixo de ação destacado por Massuda foi o da saúde mental, que está passando por uma extensa reformulação e qualificação, com a ampliação do horário dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) já neste mês de abril, criação de vagas de acolhimento noturno para usuários de álcool e drogas e pessoas com transtornos mentais, além da criação dos Consultórios de Rua, para atender à população em situação de rua. O fato de a primeira consulta pública já estar direcionada à saúde mostra a preocupação que a gestão tem com essa questão, afirmou o secretário.

Debate

Ações destinadas aos usuários de álcool e drogas, participação social na gestão da saúde, atendimento nas unidades básicas e nos Centros Municipais de Urgências Médicas (Cmums) foram alguns dos assuntos abordados pelos participantes durante o debate. Mas as perguntas não se limitaram às questões relativas à saúde. Temas como educação, segurança e atendimento a crianças também entraram na pauta.

O gestor educacional Walmir Merelis foi um dos primeiros a chegar no auditório da Regional. Ele estava interessado em saber a situação atual da saúde em Curitiba e apresentar ideias para contribuir com a atual gestão. Essa consulta pública é a melhor forma de a população interagir com a prefeitura. Uma parcela das pessoas está preocupada e veio até aqui para dar opiniões, comentou.

O aposentado Silvio Mendoza disse que a consulta pública é uma oportunidade para a população contribuir para o processo de tomada de decisões. Esse evento deve servir de exemplo para outras cidades e estados, disse.

O povo unido tem voz e a prefeitura ouve, disse a agente comunitária de saúde Laura Maria da Costa para justificar sua presença no encontro.

A dona de casa Leonir Lucinda dos Santos veio para questionar a razão de a Unidade de Saúde Oswaldo Cruz, na CIC, que terá seu horário ampliado até as 22 horas, restringir o atendimento à população da região. Eu moro nas proximidades e gostaria de frequentar a unidade quando precisar, disse.

O médico Danilo de Aguiar, que trabalha na Unidade de Saúde Barigui, veio participar da consulta pública para saber quais os projetos da atual gestão para a saúde básica e se informar sobre as oportunidades de carreira para médicos que, como ele, já estão na rede há vários anos. Quero saber quais as perspectivas para os profissionais mais antigos, como eu, disse.

Segunda consulta

A segunda consulta pública acontece nesta sexta-feira (05) e o tema abordado será meio ambiente. O evento será realizado na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, na Rua Deputado Waldemiro Pedroso, 1709, Novo Mundo. A reunião será transmitida pela internet, no endereço www.curitiba.pr.gov.br/participe.