O Conselho Deliberativo do Paraná Clube vai criar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar possíveis irregularidades cometidas pelo ex-presidente José Carlos de Miranda, que teria recebido propina para facilitar a negociação de jogadores.

A CEI, que será aberta no próximo dia 30, em reunião extraordinária do Conselho, terá prazo de 30 dias para ser concluída.
A medida é uma reação as declarações de Miranda que, em entrevista a um jornal da capital, admitiu na última terça-feira que recebeu, em conta bancária pessoal, dinheiro de empresários ligados ao Paraná para cobrir gastos de sua campanha à reeleição, pagar bicho para jogadores e outras despesas que não poderiam ser contabilizadas — e que também não foram explicadas pelo dirigente. Um cheque e dois depósitos bancários, que totalizam R$ 36 mil, teriam entrado na conta do presidente através dos empresários.

Para tentar justificar a irregularidade contábil, Miranda alega que o dinheiro seria para cobrir despesas pessoais e promete se defender na Justiça das acusações.
Em nota oficial, publicada na tarde de ontem na página oficial do Paraná na internet, o presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Carlos de Souza, explicou os objetivos da CEI. “A Comissão terá como objetivo buscar a elucidação de todos os fatos denunciados e elaborar relatório para ser analisado perante o Pleno do Conselho Deliberativo, que deverá adotar as providências e medidas que forem julgadas cabíveis”.

Em sua defesa, Miranda afirma que está sendo vítima de uma perseguição política, motivada pela disputa entre os parceiros do Paraná Clube — leia-se o empresário Léo Rabelo e a empresa L.A Sports —, que brigam por uma participação maior na negociação do meia-atacante Thiago Neves, hoje no Fluminense, para o Vegalta Sendai do Japão, em 2006.