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Há momentos em que uma voz faz o passado vir à tona. Foi assim ouvir o ator Sérgio Silva em “O Canto do Cisne”. A peça fica em cartaz até 27 de agosto no Teatro José Maria Santos.

Nem beleza, nem um vozeirão fazem o bom ator, é claro, mas escutar o timbre muito ouvido na Rádio Educativa, aquela voz que me acompanha nas noites de chuva quando volto de algum teatro, aumentou minha predisposição ao espetáculo.

Passado o momento confessional, é preciso dizer que nem seria necessária essa ligação afetiva, já que Sérgio segura o papel do começo ao fim com muito porte.

O texto de Tchékhov, com tradução de Walter Lima Torres e Andrea Doré, trata de um ator decadente que sente o fim da linha de seu corpo também, e faz reminiscências de sua época dourada sobre o palco. Nessas lembranças, ele invoca Shakespeare e revive solilóquios de “Otelo”, “Júlio Cézar”, “Rei Lear”, para um emocionado garoto do ponto – vivido pelo também diretor Jul Leardini.

Outro ponto que chama a atenção na encenação é o “conceito da peça”, como diz a produtora, motivo pelo qual ninguém pode se sentar na primeira metade da plateia. Mas é melhor não estragar (mais) a surpresa de quem vai ver.

SERVIÇO

O CANTO DO CISNE – peça de Anton Tchekhov

Direção e produção: Jul Leardini

Tradução: Walter Lima Torres e Andrea Doré

Elenco: Sérgio Silva, Jul Leardini e Clara Meyer

Período: de 10 a 27 de agosto de 2017

Horário: de quinta a sábado às 20 horas e domingo às 19 horas

Local: Teatro José Maria Santos (Teatro da Classe)

Endereço: Rua Treze de Maio, 655 – São Francisco – Curitiba

Preços: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

 

FICHA TÉCNICA

Marcelino de Mirandha, no figurino e maquiagem, Nádia Luciani, na iluminação, Salete Cercal e Loana Terra, na produção, Gerson Delliano, no apoio técnico, Édier William, na fotografia e programação visual, e Maria Amélia Lonardoni, na assessoria de imprensa.