Com a citação de Álvaro Dias (PV) e Roberto Requião (PMDB) nas novas delações da operação Lava Jato, agora todos os três senadores paranaenses estão enrolados na investigação. Gleisi Hoffmann (PT) já vinha sendo investigada por ter supostamente recebido R$ 1 milhão para a campanha ao Senado de 2010, segundo relatos do doleio Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Alvaro foi envolvido na semana passada, na delação do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), segundo a qual ele teria recebido parte de uma propina de R$ 10 milhões paga pela empreiteira Queiroz Galvão ao ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, morto em 2014, para abafar a CPI da Petrobras.

Vingança
O líder do PV nega, e afirma que vai processar Corrêa. Essa calunia é vingança contra quem foi dos primeiros a denunciar e adotar providências contra a corrupção na Petrobras. É também tentativa de desqualificar e calar alguém que veementemente vem defendendo a Operação Lava Jato, o Ministério Publico, a Policia Federal e a Justiça, afirmou Alvaro, em nota divulgada por sua assessoria.

Triangulação
Requião, por sua vez, foi envolvido na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. De acordo com as informações de Machado, o senador teria recebido recursos da JBS na campanha ao governo de 2014, destinados ao PMDB, através de acordo costurado pela Direção Nacional do PT. O peemedebista diz que os recursos foram repassados legalmente pela Direção Nacional do PMDB e que as doações foram registradas.

Reajustes
Os deputados discutem e votam hoje nove projetos, incluindo os reajustes salariais para os servidores do Ministério Público, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas, além de Defensoria Pública do Estado. O impacto para 2016 do aumento chega a mais de R$ 84 milhões. No caso do Tribunal de Justiça, o impacto do aumento é de R$ 55,8 milhões este ano; R$ 94,3 milhões em 2017, e R$ 109,7 milhões em 2018. A despesa total do Judiciário com o reajuste vai chegar a R$ 1,5 bilhão este ano; R$ 1,695 bilhão em 2016 e R$ 1,785 bilhões em 2018. No Ministério Público, o impacto do reajuste é de R$ 1,416 milhões mensais ou R$ 16,992 milhões anuais. No Tribunal de Contas, o aumento representará um crescimento de R$ 28,5 milhões anuais para os cofres públicos.

Pires na mão
O governador Beto Richa (PSDB) deve voltar esta semana a Brasília, para encontro do presidente interino, Michel Temer (PMDB), com os governadores, para discutir a dívida dos estados com a União. Na semana passada, Richa já esteve em audiência com Temer, quando pediu novamente agilidade na liberação de empréstimos externos ao Paraná que dependem de aval da União. A decretação de estado de calamidade pública pelo Rio de Janeiro devido à crise financeira deve tornar a reunião com os governadores ainda mais complicada, já que os outros estados também tendem a querer ajuda do governo federal para seus problemas de caixa.

Aperto
Richa vem defendendo a proposta de moratória por 24 meses da dívida dos estados com a União. No início do mês, o Ministério da Fazenda apresentou aos representantes dos estados uma contraproposta que muda o período de carência do pagamento das parcelas da dívida dos estados com a União. Nela, o prazo de carência cai para 18 meses, com descontos escalonados. Na ocasião, contudo, os secretários de Fazenda ficaram insatisfeitos com a proposta da equipe econômica.
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminares a vários governos estaduais determinando a correção do estoque por juros simples, em vez de juros compostos a tramitação do projeto de lei complementar que renegocia a dívida está parado na Câmara dos Deputados.