A cultura pode se tornar uma tábua de salvação para a baixa temporada nos municípios do Litoral do Paraná. Acostumados a ver movimento intenso de pessoas apenas nos meses de verão, algumas cidades experimentam nos últimos anos uma virada neste cenário. Neste ano desde junho a programação é grande e variada, e continua em agosto.
Ontem, por exemplo, terminou o Festival de Cultura Popular do Litoral, que levou atividades para Paranaguá, Morretes, Pontal do Paraná e Matinhos desde o dia 13 de julho. Só nas 22 oficinas gratuitas oferecidas, foram 540 inscritos. Toda a região está respirando e transpirando a riqueza das tradições e da cultura de nosso estado, enfatiza Alex Wolf, um dos organizadores do Festival e diretor do Grutun!, Grupo de Teatro da UniBrasil, que se apresentou ontem.
Outros números ajudam a mostrar que o Litoral não precisa depender apenas dos veranistas. A Concessionária Ecovia, que administra o trecho da BR-277 entre Curitiba e o Litoral, registra um aumento de 20% no fluxo de veículos comparando os meses de junho e julho — o mesmo já foi verificado no ano passado. Segundo a concessionária, o movimento é causado tanto pelo maior movimento no Porto de Paranaguá como pelos turistas que descem a Serra para participar dos eventos culturais no Litoral. Neste final de semana a Ecovia previa o movimento de mais de 60 mil veículos na rodovia. O normal é de 45 mil.

Na semana passada a Prefeitura de Paranaguá divulgou o balanço da Festa da Tainha, que aconteceu entre o final de junho e começo de julho. Foram mais de 44 toneladas de pescados comercializados durante os dias da 2ª Festa Nacional da Tainha, 27ª Festa da Tainha, 35ª Festa do Pescador, e 4ª Feira Regional da Tainha.
Poderíamos ter comercializado um pouco mais, mas em virtude das chuvas e também porque este ano tivemos menos tainha para vender segundo os próprios pescadores, informou Luiz Fernando de Oliveira Lima, presidente da Fundação Municipal de Turismo (Fumtur) de Paranaguá.
Outro evento tradicional no Litoral e que costuma carregar milhares de pessoas para Antonina, o Festival de Inverno da UFPR, aconteceu de 7 a 14 de julho, com oficinas lotadas e muita gente circulando pela cidade.
Com certeza, o que fica são ótimos frutos. Para a população, para os participantes, para a região, para o Estado. O Festival (de Cultura Popular) cresce a cada ano e conquista mais apaixonados pela arte, ressalta Wolff.