O secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, não resitiu à pressão. Nesta sexta-feira (08), o Governo do Paraná anunciou a saída do secretário, afirmando que ele teria pedido afastamento do cargo. Dessa forma, Wagner Mesquita de Oliveira, delegado da Polícia Federal e que já atuava na secretaria, assume o comando da pasta interinamente.

A pressão pela saída de Francischini era grande desde o episódio registrado no dia 29 de abril, quando professores, estudantes e outros servidores públicos que se manifestavam em frente à Assembleia Legislativa foram agredidos pela Polícia Militar. O Governo do Paraná fala em confronto e coloca a culpa em supostos black blocs pelo acontecimento, mas nenhuma das 14 pessoas presas naquele dia foi identificada como black bloc, segundo a OAB e a Defensoria Pública.

Desde o trágico acontecimento, outras mudanças foram anunciadas no primeiro escalão do governo. Na Secretaria de Educação, Fernando Xavier saiu alegando motivos pessoas. Em seu lugar entrou a professora Ana Seres Comin. Já na PM, o comandante geral da corporação, César Vinícius Kogut, pediu para deixar o cargo no final da tarde de ontem por conta de “dificuldades administrativas intransponíveis com a direção da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp)”. Ele será substituído interinamente pelo coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, chefe do Estado Maior da PM.

Francischini chegou a ter segunda chance

Segundo afirmam fontes próximas do governador, na última quarta-feira (06) Francischini teve uma reunião com o governador Beto Richa. Sua saída do cargo era dada como certa, mas o secretaria teria pedido mais uma oportunidade, argumentando que se deixasse a Sesp naquele momento, sua carreira política poderia ser comprometida.

A princípio, o governador aceitou o pedido de seu secretario e o manteve no cargo. No mesmo dia, porém, coronéis da PM mandaram uma carta à Richa criticando Francischini, que em entrevista coletiva tentou jogar a culpa pelo ocorrido no Centro Cívico na polícia. Segundo os coronéis da ativa, Francischini não só sabia da ação da PM como participou do planejamento dela.

Com a troca de acusações e o impasse criado, a permanência do deputado federal e delegado da PF à frente da Secretaria de Segurança Pública acabou ficando inviável.