Se confirmada, a denúncia de que Gleisi Hoffmann teria recebido recursos desviados da Petrobras para sua campanha ao Senado na eleição de 2010, feita pelo ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, pode acelerar mudanças no comando do PT paranaense. Até aqui, Gleisi e seu grupo – que inclui seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo – tinha amplo domínio sobre a cúpula do partido no Estado. Mas o mau desempenho da ex-ministra na eleição para o governo – conjugado com as revelações do delator da Petrobras – deve colocar essa liderança em xeque – levando a uma troca de comando na sigla no Paraná.

Furacão
Grupos mais à esquerda do PT já não tinham digerido a decisão de Gleisi de rifar um quadro histórico como o do deputado federal Dr Rosinha para lançar o ex-deputado federal Ricardo Gomyde (PCdoB) como candidato ao Senado. E acusam o grupo da senadora de se distanciar da base do partido – o que teria afugentado a militância da campanha. Essas críticas ganham corpo agora que Gleisi se vê em meio ao centro do escândalo envolvendo a Petrobras.

Contaminação
Na cúpula nacional do PT, a preocupação é que as denúncias contra a ex-ministra da Casa Civil acabem por contanimar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Tanto que na sexta-feira, provavelmente já sabendo que as denúncias viriam à tona, Gleisi sequer participou da caminhada de Dilma no centro de Curitiba – apesar da sua presença ter sido anunciada pelo partido.

Gabinete
Até agora, as denúncias do delator da Petrobras vinham atingindo pessoas da cúpula do PT nacional e de partidos da base aliada distantes de Dilma. Com as novas revelações chegando à Casa Civil, fatalmente a oposição deve questionar a presidente sobre se ela tinha ou não conhecimento do assunto.

Aliança
Até ontem, o senador Roberto Requião (PMDB) não havia comentado publicamente as denúncias envolvendo Gleisi. Na eleição de 2010, o peemedebista acusou a petista de se aliar a Gustavo Fruet – então candidato ao Senado pelo PSDB. Levada em frente a ‘operação Lava Jato’ exporá as relações de todos os partidos com as empreiteiras, mas jamais atingirá Dilma Roussef, limitou-se a comentar Requião pelo twitter ontem.

Alcance
Se no PT o clima é de perplexidade, no PSDB do Paraná a dúvida é sobre a extensão da denúncia de que o ex-presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, teria recebido R$ 10 milhões do esquema que operava na Petrobras para ajudar a enterrar a CPI que investigava a estatal em 2009. Tempos depois, Guerra e o senador Álvaro Dias (PSDB) deixaram a comissão alegando que a base do governo impedia qualquer avanço na investigação.

Julgamento
Álvaro disse não ter conhecimento sobre o fato. É evidente que eu não sabia. Se eu soubesse, denunciaria. Hoje eu não posso julgá-lo, não posso condená-lo, e muito menos absolver. Não me cabe fazer isso. Mas o que eu posso dizer é que se isso ocorreu não alterou os procedimentos. As providências que nós adotamos não foram comprometidas por esse fato, se é que ele existiu, afirmou ele ao jornal O Estado de São Paulo, referindo-se ao fato de Guerra ter morrido em março deste ano.

Refis
A Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal analisa, amanhã, o projeto de lei que institui o Programa de Recuperação Fiscal de Curitiba – REFIC 2014. A proposta permite que contribuintes que devem ao município façam o pagamento parcelado dos débitos em até 12 vezes sem juros, ou em até 10 anos, com juros variáveis conforme o número de parcelas. O prazo para adesão ao REFIC, após a aprovação e sanção da norma pelo prefeito, inicia no dia 3 de novembro e termina em 17 de dezembro.

Juros
O REFIC 2014 prevê que empresas ou pessoas físicas regularizem pendências relativas ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) inscritas na dívida ativa, ou ao ISS (Imposto sobre Serviço) devido até 30 de setembro de 2014, além de outros débitos de natureza tributária e não tributária. Além do parcelamento sem juros, em até 12 parcelas fixas, o contribuinte poderia optar por um prazo maior, de até 120 vezes, com juros variáveis entre 0,4% e 1,20% ao mês, conforme o número de parcelas. Até o dia do início do parcelamento, haveria atualização monetária da dívida.

Flanelinhas
Outro projeto que será votado pela comissão é o que prevê a proibição da atividade de guardadores de veículos, denominados flanelinhas, em Curitiba. Segundo o texto, do vereador de Felipe Braga Côrtes (PSDB), é de exclusividade do poder público a exploração de estacionamento pago ou na cobrança de qualquer valor para o estacionamento de veículos nos logradouros públicos. A proposta visa proibir a atividade dos flanelinhas em Curitiba, uma vez que ao auxiliar os motoristas a estacionarem, ou prometerem segurança aos veículos parados, eles cobram pelo serviço.

Em alta
A Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação da Câmara de Curitiba analisa, hoje, o projeto que institui a BICICLETA como modal de transporte regular em Curitiba. O texto prevê que 5% das vias urbanas sejam destinadas à de ciclovias e ciclofaixas.

Em baixa
Nas redes sociais cresce o número de páginas que protestam contra o POLÍTICO PROFISSIONAL. Algumas fazem campanha para acabar com essa possibilidade, outras simplesmente pedem para que não se vote em candidato profissional.