O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) acaba de disponibilizar para o mercado brasileiro o Protocolo de Capital Natural, um guia mundial para os gestores de negócios identificarem, medirem e atribuírem valor aos impactos de suas atividades sobre o capital natural. O documento já está disponível para download em sua versão original em inglês.

O Protocolo visa padronizar uma metodologia de gestão dos impactos da atuação das empresas sobre os recursos naturais e, de acordo com a presidente do CEBDS, Marina Grossi, se adotado em escala global, tem o potencial de mudar a maneira das empresas avaliarem suas operações e tomarem decisões. “Nossa expectativa é que o Protocolo ajude a reduzir a poluição, proteger a biodiversidade e limitar os impactos das mudanças climáticas com resultados positivos para os negócios”, afirmou.

Para Marina, não é mais factível que, diante de inúmeros exemplos de conflitos pela distribuição de bens naturais, as empresas deixem de considerar as possibilidades de escassez de recursos como água, ou as consequências imprevisíveis de eventos associados às mudanças climáticas causadas pelos níveis crescentes de dióxido de carbono na atmosfera.

De acordo com um relatório encomendado pela Natural Capital Coalition, em 2013, a metade de todos os lucros das empresas existentes estaria em risco se os custos associados ao capital natural fossem internalizados através de mecanismos de mercado, regulamentação ou fiscalização. A escassez de água, por exemplo, teria um impacto catastrófico sobre 40% das empresas Fortune 100.

“Era fundamental, portanto, desenvolver uma metodologia que provasse o impacto da má gestão de bens naturais no capital da empresa para apoiar a alta gestão e cativar a atenção de líderes e tomadores de decisão”, defendeu.