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A edição de julho da revista National Geographic, que chega às bancas hoje, dia 29 de junho, destaca o colapso do gelo na Antártida. A reportagem de capa ressalta como os cientistas monitoram o derretimento do gelo no continente austral e os possíveis eventos que podem fazer subir de forma acentuada o nível dos mares, desencadeando uma crise mundial.

Ao longo da reportagem, especialistas revelam áreas de risco, traçam o histórico do aquecimento da atmosfera desde a Revolução Industrial, diagnosticam a situação e detalham as consequências do degelo antártico. De acordo com a revista, o lado oeste da Península Antártica está se aquecendo mais rápido que o restante do planeta: das 674 geleiras locais, 90% estão em retração e liberando icebergs no mar. Para Eric Rignot, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, o colapso do enorme Manto de Gelo da Antártida Ocidental é questão de tempo. Crucial, porém, é saber se isso vai ocorrer daqui a 500 anos ou antes, em menos de um século – e se a humanidade terá tempo de se preparar.

Por enquanto, as melhores estimativas indicam que a Antártida vai perder gelo suficiente para elevar o nível dos oceanos, em todo o planeta, mais de 1 metro até 2100 – dependendo da rapidez com que os seres humanos continuem a lançar na atmosfera os gases associados ao efeito estufa. Quando se leva em conta também o degelo que ocorre na Groenlândia e em outras partes do mundo, não é inconcebível que o nível dos mares suba de 1 a 2 metros até o fim do século 21. Para imaginar o pior cenário possível, os cientistas têm de levar em conta a Antártida Oriental, que abriga mais de três quartos de todo o gelo do planeta. No futuro distante, no caso de um eventual degelo de todo o continente, os mares subiriam 57,6 metros – um cenário de apocalipse.

Também nesta edição a revista lança a nova seção “Vozes”, um espaço para especialistas decorrerem sobre o seu tema de domínio. A estreia será com jornalista Matthew Shirts, que apresenta um panorama sobre as mudanças climáticas e a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. “O polêmico presidente conseguiu o que milhares de pesquisadores e ambientalistas sonhavam: trazer o desafio de controlar o aquecimento global ao seu devido lugar de destaque na mídia mundial”, afirma Shirts.

A revista também apresenta cenários de otimismo: na seção “3 Perguntas”, com Al Gore, o ex-vice-presidente americano fala do seu novo projeto no cinema, An Inconvenient Sequel (“Uma Sequência Inconveniente”) e confessa que, agora, as soluções parecem mais claras. Para Gore, de 69 anos, “há tantas pessoas trabalhando nisso ao redor do mundo que eu sou muito otimista. Tecnologia solar, eólica e outras estão ficando mais baratas e melhores. Acredito que a revolução sustentável seja irrefreável”, conclui.

National Geographic acredita no poder da ciência, da exploração e da reportagem para mudar o mundo. A revista National Geographic Brasil é uma publicação mensal da editora Content Stuff.