SÃO PAULO, SP, 28 de abril (Folhapress) – O restaurante Noma, de Copenhague (Dinamarca), voltou ao topo da lista dos 50 melhores restaurantes do mundo. A premiação da revista britânica “Restaurant”, considerada o Oscar da gastronomia, foi realizada hoje, em Londres (Inglaterra).
O restaurante dinamarquês, do chef René Redzepi, já havia ganhado o prêmio de melhor do mundo em 2010, 2011 e 2012. No ano passado, fora desbancado pelo El Celler de La Roca, de Girona (Espanha), segundo colocado neste ano.
O Noma é conhecido pelos pratos que exploram ingredientes nórdicos. Redzepi liderou um movimento que deu forma a uma “cozinha da Escandinávia”, que valoriza produtos locais como queijos e manteigas artesanais, ervas selvagens e tubérculos. Também é conhecido por oferecer pratos com ingredientes como formigas e gafanhotos.
No ano passado, poucas semanas antes da premiação da “Restaurant”, o restaurante teve de lidar com um caso de intoxicação de seus clientes. Após comer no Noma, 63 pessoas foram contaminadas por um norovírus e tiveram crises de diarreia e vômito –os votos para a premiação, no entanto, haviam sido entregues meses antes.
As autoridades dinamarquesas reduziram a nota de higiene do local e atribuíram o surto a problemas como a falta de água quente nas torneiras. À época, o Noma reembolsou seus clientes e, meses depois, também reformou sua cozinha.
No final do ano, a casa se viu envolvida em outra polêmica e teve de pedir desculpas por ameaçar colocar o nome de seus estagiários em uma “lista negra internacional” caso eles deixassem o treinamento antes do período mínimo de três meses. O restaurante se retratou pela “pressão indevida que criou na equipe”.
A premiação
A lista de 50 melhores restaurantes do mundo é publicada, desde 2002, pela revista britânica especializada “Restaurant”.
Seis casas já lideraram o ranking: o primeiro vencedor foi o El Bulli, de Ferran Adrià, na Catalunha (Espanha); nos dois anos seguintes (2003 e 2004), o americano The French Laundry, do chef Thomas Keller, na Califórnia, levou o prêmio.
Em 2005, a liderança voltou para a Europa, por meio do The Fat Duck, de Heston Blumenthal, em Bray (Inglaterra). O El Bulli dominou a premiação entre 2006 e 2009, perdendo a liderança, em 2010, para o Noma, de Copenhague (Dinamarca). A casa de René Redzepi foi superada, em 2013, pelo El Celler de Can Roca, de Girona (Espanha).
Os escolhidos são indicados por um júri formado por 936 pessoas, entre críticos, chefs, restaurateurs e “foodies” ao menos um terço do corpo de jurados deve ser renovado a cada ano.
Os jurados indicam sete restaurantes, por ordem de preferência. Ao menos três dos locais têm de estar fora da região do jurado, que precisa ter comido, nos últimos 18 meses, em todos os restaurantes que indicou.
Qualquer casa do mundo pode ser indicada -desde que tenha ficado aberta durante o período de votação e não planeje fechar as portas nas semanas seguintes à divulgação do ranking.
Além da lista -que engloba 100 restaurantes-, a “Restaurant” premia o conjunto da obra de um chef, a melhor chef mulher e o melhor chef de sobremesas do mundo, um restaurante promissor, um que represente a escolha dos chefs e o restaurante mais sustentável da lista.
O ranking também serve de base para destacar as melhores casas de cada continente, o restaurante novo na lista mais bem colocado e o que galgou mais posições.