
O cantor, compositor e multi-instrumentista Rodrigo Amarante desembarca em Curitiba no próximo sábado (17) com o show de lançamento de seu novo álbum, ‘Drama’ (2021) no Teatro Ópera de Arame. Em entrevista com o ‘Bem Paraná’, Amarante falou sobre a expectativa do retorno aos palcos para finalmente apresentar o novo álbum ao vivo e confessou que a sua grande influência para escrever foi o poeta curitibano Paulo Leminski, entre outros assuntos. “O Leminski foi a maior influência para eu escrever letras. Ele abriu a minha cabeça para a poesia, para a filosofia oriental e para a poesia japonesa, além do senso de humor”, afirmou ele.
Amarante, que mora em Los Angeles, não se apresentava no Brasil desde 2019, quando o Los Hermanos, banda que o revelou, fez uma série de concertos, inclusive em Curitiba.
Amarante lançou o álbum ‘Drama’, segundo solo, em 2021, em plena pandemia, após oito anos do lançamento do primeiro, ‘Cavalo’. Além disso, ele faz parte da banda Los Hermanos, da Little Joy e ainda, entre vários trabalhos no cinema e na televisão, assinou a trilha sonora da série ‘Narcos’. São 27 anos de carreira.
Bem Paraná – Rodrigo, você já citou diversas vezes que seu “sonho não realizado” é de ser cineasta. O cinema aparece bastante na sua obra, tanto na direção e concepção dos clipes quanto de alguns temas abordados nas músicas. Como é sua relação com o Cinema?
Rodrigo Amarante – Eu sempre fui ligado ao cinema. Sempre quis fazer cinema, me meti onde eu pude, participei dos filmes dos outros atuei produzi. Sinto que isso acabou formando o meu jeito de fazer música. A vontade de contar história através de imagens. No fim das contas, tudo é literatura. Me toca muito a amplitude do cinema. Pode significar tanto e deixar tanto espaço, porque há espaço entre o texto e a luz, há um infinito de possibilidade. Eu adoro.
BP – ‘Cavalo’, seu primeiro disco solo, tinha um conceito bem intimista, com shows que fazia sozinho no palco. Agora, em ‘Drama’, um disco bastante instrumental e percussivo, como é estar de volta aos palcos acompanhado de banda e plateia lotada depois de dois anos de pausa?
Amarante – É uma alegria imensa. Acabei percebendo que tocar e apresentar as músicas é parte da escrita. É a mais a experiência e tocar e dividir aquele momento. A música é apenas um veículo para aquela celebração que ficamos privados durante dois anos. Entendi ainda mais este processo de troca durante o isolamento. Estar a serviço do público é uma alegria. Eu tive esperar dois anos fora do País. Então o gostinho de tocar aqui é maior ainda. Acabou de começar e está ótimo.
BP – Você esteve no lançamento do disco ‘Atrás/Além’ da banda O Terno e o próprio Tim Bernardes já comentou, em shows e entrevistas, que uma das guitarras dele era sua, uma Harmony Rocket que ele tem até hoje. Você acompanha o trabalho de outros artistas e bandas da “nova geração”?
Amarante – Eu adoro o Tim Bernardes. Acho ele incrível. Admiro muito o trabalho dele. Também dei uma bisbilhotada no ensaio da Ana Frango Elétrico e acho muito legal. Vi o show da Dora Morelembaun, que achei lindo.
BP – Seu show vai ser na Ópera de Arame, que fica ao lado da Pedreira Paulo Leminski, onde você já tocou algumas vezes e que carrega o nome do famoso poeta curitibano. É sabido que você aprecia o trabalho dele e lendo alguns poemas depois de ter ouvindo algumas músicas suas dá a impressão de uma influência temática e métrica. Você também enxerga essa influência?
Amarante – Totalmente. O Leminski foi a maior influência para eu escrever. Ele abriu a minha cabeça para a poesia, para a filosofia oriental e para a poesia japonesa, além do senso de humor. Eu descobri muita coisa através dele. A primeira vez que eu achei que eu poderia fazer poesia, com profundidade sem se desculpar, muito zen, foi depois de ler Leminski. Com ele, comecei e estudar o I Ching. Esta coisa minha de repetir metáforas, o rio, o mar, também é coisa dele.. Sou um grande fã. E de certa forma, comecei copiando ele. Sou muito grato. Sempre leio e releio.
BP – O pessoal de Curitiba tem fama de fechado. Você tem essa impressão nos shows?
Amarante – Comigo nunca foram não (risos). Foi sempre astral. É um público diferente, porque todo público é diferente, seja em São Paulo, Porto Alegre, Rio. Cada show tem uma memória diferente. É muito diverso. Mas sempre fui muito bem recebido. Na última vez que estive aqui com Los Hermanos, na Pedreira, a troca foi sensacional.
BP – Tem alguma expectativa específica para show de sábado, na Ópera de Arame?
Amarante – Não tenho muita gana de projetar. O que tiver que ser será. Eu sinto que não mereço nada. Esperança eu tenho, espero que as pessoas me deem a chance de cantar. Mas eu ainda não me acostumei de as pessoas indo me ver.
SERVIÇO
Rodrigo Amarante em Curitiba
Data: 17 de setembro de 2022 (sábado)
Local: Teatro Ópera de Arame (R. João Gava, 920 – Abranches, Curitiba)
Horário: Abertura da portaria às 20h30 e início do show às 21h30
Ingressos: Os ingressos à venda a partir de R$ 160,00 a inteira e R$ 80,00 a meia-entrada + taxas administrativas. E tem promoção especial para os fãs: na compra de 2 ingressos, o terceiro sai de graça.
*A meia entrada é voltada para doadores de sangue, estudantes, idosos, ID Jovem, PNE, professores e portador de câncer, conforme previsto em Lei.
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Realização: Seven Experience
Classificação: 16 anos
Pontos de venda: Disk Ingressos (Call Center 41 3315-0808). Site do Disk Ingressos: https://www.diskingressos.com.br/evento/3554/17-09-2022/pr/curitiba/rodrigo-amarante