O goleiro Pedro Morisco, do Coritiba
O goleiro Pedro Morisco, em Coritiba x Botafogo (Crédito: Robson Mafra)

O goleiro Pedro Morisco, 19 anos, foi titular do Coritiba na reta final do Brasileirão. Somou três partidas – um empate, duas derrotas – e elogios por parte da comissão técnica. Para se manter como titular em 2024, ele terá que desafiar a tradição do clube de não aproveitar os goleiros feitos na base. O clube até procura um ou dois nomes com mais experiência, a pedido do técnico Guto Ferreira.

Neste século, apenas quatro goleiros feitos na base do Coritiba chegaram a defender o clube no Brasileirão ou na Série B. Em todos os casos, o número de partidas é pífio. Victor Brasil jogou uma partida em 2012. Vaná jogou duas em 2013 e uma em 2015. Rafael Martins atuou em cinco no ano de 2018 e em uma em 2019 – nos dois anos, o time estava na Série B.

O último da turma foi Rafael William. Goleiro titular na conquista da Copa do Brasil sub-20, em 2021, ele atuou seis vezes pelo Coritiba em 2022. Mas voltou à reserva assim que Gabriel ganhou condição de jogo, após ter sido contratado e se recuperado de uma lesão. Neste ano, Rafael William foi emprestado ao Sampaio Correa (MA) e ao Maringá. Não chegou a jogar. E em 2024 estará novamente no Maringá, por empréstimo.

Pedro Morisco já recebeu elogios até do técnico Guto Ferreira, que vai comandar o Coritiba em 2024. “Tenho que parabenizar as pessoas envolvidas na formação dele”, afirmou o treinador. Depois, Guto fez recomendações. “O maior problema é que, quando começa a jogar bem, ainda jovem, tem que botar os pezinhos bem fincados no chão. Os tapinhas nas costas vêm até o primeiro erro. E todos cometem erros em algum momento. Um erro pode ser comprometedor. Aí tem que estar muito maduro para virar a página rápido e seguir”.

Pesa contra os goleiros da base o fato de que, neste século, alguns goleiros foram titulares do Coritiba em várias temporadas. Fernando Prass foi o dono da camisa 1 de 2002 até meados de 2005. Entre 2007 e 2011, Edson Bastos dividiu o posto com Vanderlei – que ficou até o começo de 2015. No mesmo ano veio Wilson, titular até 2021, com Alex Muralha como substituto a partir de 2018. Muralha chegou a ser titular em 2019 e em 2022, até perder a posição com a chegada de Gabriel.

Na história do Coritiba, o último goleiro formado na base e que foi titular absoluto em um Brasileirão foi Gérson, em 1989. Ele havia se profissionalizado em 1983 e levou seis anos para ter uma chance. No ano seguinte, deixou o Alto da Glória, rumo ao Goiás, e nem jogou a Segunda Divisão – na ocasião, a diretoria coxa-branca trouxe o veterano Mazaropi, ex-Grêmio e Vasco. Já o último goleiro revelado pelo Coritiba e que ganhou destaque em alguma edição do Brasileirão foi Tadeu, que deixou o Alto da Glória em 2015. Ele é titular do Goiás desde 2019.

Mercado

Dos goleiros de 2023, Pedro Morisco é o único goleiro garantido no Coritiba em 2024. Gabriel deve sair assim que aparecer uma proposta razoável. Luan Polli não faz parte dos planos da comissão técnica e deve ser negociado. Marcão já deixou o clube, uma vez que seu contrato expira ao fim deste ano. E Rafael Willian foi novamente emprestado ao Maringá. Por outro lado, o clube deve trazer um ou dois goleiros mais cascudos, a pedido do técnico Guto Ferreira.