Zagreb, por tanto tempo abafada pela beleza e fama de Dubrovnik, desponta como lugar perfeito para uma viagem e volta a ser notícia, desde que inaugurou, em 2009, o Museu de Arte Contemporânea. Cidade de inspiração barroca, agora combina arte, compras, programas noturnos e muita história. No meio das influências eslavas e mediterrâneas, o catolicismo está sempre presente, assim como a liberdade de atitudes. Muitos de seus jovens habitantes saíram, na época da guerra, para estudar no exterior. Retornaram cheios de novas idéias, novos conceitos, com energia renovadora para mudar usos e costumes.É Europa, mas uma Europa diferente, com vitela ensopada no prato, tênis Startas (um sucesso no mundo todo), concertos pop nas margens do rio Save, quando os jovens ficam bebericando licor de nozes (Orahovac), que alguns misturam até no leite.

ARTE
Com o Museu de Arte Contemporânea,  de linhas depuradas, projeto do arquiteto Igor Franic,   Croácia passou a ser a capital artística dos Balcans. O museu segue o conceito de coleção em movimento, com somente 5% das 12 mil obras do acervo em exposição permanente. Há muita arte moderna e um pouco de arte contemporânea. No último andar, um vertigem: o tobogã gigante de Carsten Höller, que desce até ao chão, é atração. Na Nova Galerija, dirigido por quatro mulheres que foram comissárias da Bienal de Istambul, a filosofia é What,How & Whom, destacando a arte politizada. Lá também funciona a única sanduicheria da cidade aberta 24 horas, todos os dias. No Pavilhão das Artes, edifício redondo que chama a atenção, as exposições  mostram o que há de mais atualizado no campo das artes, filosofia seguida também pelo Booksa, um café com ares de feira de quinquilharias, com várias escolhas de livros, para comprar ou emprestar, roupas, lugar onde os encontros são sempre regados a muita bebida e muita conversa.

COMPRAS
O mercado Dolac, aos sábados pela manhã, é o lugar certo para experimentar um queijo fresco (sir i vrhnje), descansar em um dos cafés da região e visitar a Catedral. Nesse dia as lojas fecham ‘as 15 horas. Para conhecer as griffes locais é preciso ir até a Boudoir, na rua Rodiceva. Ao lado, a Galerija Link tem peças de couro bem originais. Nas mesma rua a G (Gordana Horvat) fabrica belas jóias. E na Nenad Roban, as criações gráficas são vendidas até no Museu de Arte Contemporânea. Tradicional, a Lumezi trabalha somente com pedras, como o quartzo rosa e a ametista. É um dos raros designers de jóias que abre seu atelier ao público. O que todos procuram comprar é o  Startas, marca de sapatos de lona que se transformou em uma espécie de tênis do Estado, já nos tempos da Iugoslávia. Usados pelos empregados dos bares e pelas crianças das escolas, custam 25 euros e são a mania dos modernos estrangeiros. O designer vegetal Sasa Sekoranja, tem uma boutique de flores que também é um café orgânico, vende roupas e cristais de formas inusitadas e únicas. Também faz sucesso na rua Ilica o perfumista e salão de chá Flores. Imperdível é o Mercado das Pulgas Britanski, onde é possível encontrar bolsas dos anos 50 por algo em torno de 30 euros, lâmpadas industriais, fivelas vintage  para o cabelo . É o programa de todos nos domingos.

PARA COMER
Na praça Kvaternik, a Orijnt vende doces libaneses fora de série. Na Dann Daj, ao lado da loja Nama, um dos últimos café soc onde as atendentes ainda usam saia e colete azul sobre blusa branca e calçam sapatos Borosana (medicais). O programa noturno é dançar nos velhos cinemas transformados em centros culturais, como o Europa (todas as sextas feiras e sábados) e o Gric. Krivi Put, que os locais chamam apenas de KP, é um antigo atelier perto do Jardim Botânico, transformado em bar e galeria de arte, onde a reunião é para ouvir jazz e música pop dos anos 80. Há quem continue a noite indefinidamente, aproveitando que há transporte público 24 horas. Tudo termina na Amfora, na praça do mercado Dolac, café soc que abre ‘as 5 da manhã e acolhe notívagos e madrugadores.
O aperitivo deve ser um licor de mirtilo, seguido de uma vitela cozida em panela de barro coberta de cinzas quentes, ou uma sopa de peixe com polenta, prato típico da Dalmácia. O vinho pode ser um 1992 Arhiuska Gravesina Kutjevo. Na sobremesa, bolo de cenoura, maça e chocolate.
Quem viajar para lá em fins de junho e início de julho, vai poder assistir ao Festival Eurokaz, de dança contemporânea, pop opera, performances, concertos acústicos. Veja no www.eurokaz.hr
Subir ou descer de funicular, inaugurado em 1839, ligando a rua Ilica a Strossmayer, é parte do roteiro.
E quem gosta de luxo tradicional, vai se hospedar no Regent Esplanada, construído em 1925 para atender aos passageiros do Orient Express. As diárias iniciam em 159 euros. Veja no www.rege