O corpo na linha de borda reúne 12 artistas com proposta de espaço compartilhado de criação no MuMA

 

Projeto artístico aproxima o público de todas as etapas e linhas do processo criativo. Ação começa dia 23/11

 

O projeto O corpo na linha de borda, proposto por 12 artistas, inicia uma ação em espaço compartilhado no Museu Metropolitano de Arte (MuMA), a partir do dia 23 de novembro de 2021, com abertura de exposição no dia 04 de dezembro até 22 de fevereiro de 2022.O coletivo é composto por Ana Beatriz Artigas, Bernadete Amorim, Claudia Lara, Efigênia Rolim, Giovana Casagrande, Gustavo Caboco, Leila Alberti, Luan Valloto, Luciá Consalter, Marília Diaz, Rafael Codognoto e Verônica Filipak.

 

A ação com participação do público acontece de 23/11 a 29/11, em que as/os artistas realizarão em tempo real a elaboração das obras e o público terá acesso ao espaço de trabalho. Somente no dia 23/11 é necessário realizar um cadastro (nome completo e RG), os outros dias o acesso será liberado, basta apenas conferir os horários específicos divulgados.

 

A proposta é fazer com que as pessoas vejam como acontece o processo criativo durante o “fazer” das obras, trazendo uma proximidade do público com a arte e os artistas,desenvolvendo percepções e reflexões mútuas durante estes encontros. De acordo com o grupo produzir obras dentro do espaço expositivo e vivenciar a experiência artística em convivência com os outros artistas e com público amplifica a compreensão do processo criativo e contribui para a completude da comunicação em arte.

 

Após essa experiência, entre os dias 30/11 e 03/12, começará a montagem da exposição, com abertura no dia 04 de dezembro, em que cada artista exibirá uma obra de sua autoria, que terá um QR code (código virtual), em que o público poderá, por meio do seu celular, assistir vídeos que relatam conceitos das obras e de seus processos.

 

Outro diferencial do projeto é que todos os artistas envolvidos são co-curadores, em parceria com a curadora principal Leila Alberti, pensado de forma coletiva e imersiva, sempre com abertura e participação das pessoas em todos os processos que levam à realização de uma exposição: desde aação processual, feitura, e finalmente o resultadodentro de uma instituição.

 

“Iniciamos a preparação para este momento, que guarda algo de experiencial e de imprevisível, por meio de encontros sistemáticos, porém orgânicos por um longo período. Também adotamos uma metodologia comum entre artistas, o caderno de artista, alfarrábios de notas individuais, porém desta vez, de alguma forma orquestrados num sistema de comunicação e trocas que combinamos entre nós. Estamos e estaremos em exercício de observação, pesquisa, ação e trocas. Vivemos um momento tão intenso de reformulação: repensar, reavaliar, reimaginar, refletir sobre o que tem funcionado e o que não. Acreditamos que os processos em arte, e em outras áreas, nos proporcionam novos e positivos fluxos em nossa evolução humana”, ressaltam.

 

 

A proposta: O PROCESSO como centro do trabalho

 

A ideia central é que o processo aconteça no mesmo momento em que o trabalho está sendo realizado. O acontecimento que cerca o trabalho, que lhe serve de ambiente, de espaço, e que o marca de maneira definitiva e indelével. “Percebemos que os fatores individuais se alteram na medida em que, pela proximidade, nos contaminamos, um do fazer do outro, o outro do pensamento de um, da forma de vermos uns dos outros, do entendimento, dos entendimentos, das expressões, dos desejos, e mais, das expressões dos desejos. Percebemos ainda, que na austeridade do momento do mundo que nos toca, a necessidade do encontro, a potência própria do coletivo, se impõem sobre as iniciativas individuais, restaurando ânimos, acrescentando às capacidades reflexivas e realizadoras que caracterizam os trabalhos em grupos, as ações coletivas e entendemos que nosso fazer em grupo, a despeito de todas as nossas produções individuais, deviam estar no centro dos nossos encontros”, pontuam.

 

Início, pandemia, limites e mudanças

O coletivo conta sobre como surgiu esse projeto, há quase três anos.“Nos últimos três anos nos encontramos para conversar sobre arte; em ateliers, exposições, palestras, feiras e na paisagem de Curitiba. Somos um grupo de 12 artistas e nos reunimos em torno do interesse pela arte contemporânea e pelas fronteiras expandidas que ela permite, de maneira particular à atitude de pesquisa constante que ela nos possibilita e o uso da matéria têxtil. Entendendo que o encontro potencializa nossas ações individuais, elaboramos uma ação que combina diferentes momentos e instrumentos, neste projeto: O CORPO NA LINHA DE BORDA.Temos no nosso histórico como grupo, uma mobilidade que nos permite pertencer mais, ou pertencer menos, aproximarmo-nos e afastar-nos. Esta flexibilidade nos permite exercitar a elasticidade e a malemolência próprias da matéria que nos aproxima e que marca, por assim dizer, a obra de todos nós”, explicam.

 

Decididos a trabalhar sobre o corpo como temática de investigação, já em meio ao processo, houve a pandemia do Coronavírus, que veio justamente a impactar fortemente a sociedade a partir do corpo. “Passamos a ter limites onde antes não tínhamos. Estar próximo, fisicamente, do outro se torna um problema que pode separar a saúde da doença”, relatam.

 

A partir desse fato, em fevereiro em 2020, houve uma mudança na forma em que o projeto passou a ser pensado e desenvolvido. Os encontros presenciais foram substituídos por encontros on-line. Além das comunicações multidirecionais individuais, realizaram ao longo do ano passado onze encontros, dois dos quais com artistas convidados, que vieram falar sobre seus processos de criação.

 

“Talvez este projeto tenha nos ajudado a vivenciar e a sobreviver a este período, favorecendo o experimento. Mais uma vez, reitera-se o valor do processo no desenvolvimento do entendimento e na expressão do entendimento”, refletem.

 

 

Alguns deixaram explícito em anotações no caderno e em falas, outros mais introspectivos e silenciosos, mas a emocionada narrativa, em áudio, do confinamento de Marília Diaz representou a essência dos primeiros 60 dias. E, na metade do ano veio a apresentação das imagens dos cadernos dos artistas: a organicidade exuberante de Bernadete Amorim, Rafael Codognoto, Giovana Casagrande, Efigênia Rolim, o fio de reverência à ancestralidade em Claudia Lara, Leila Alberti e Gustavo Caboco, as minúcias do feminino em Luciá Consalter e Marília Diaz, tecidos nas vestimentas estandartes de Luan Valotto, a corporificação dos sentidos em Verônica Filipak e Ana Artigas.  A própria presença, ou não, do artista na interação midiática se torna questionamento, marcante à ação performática de Gustavo, que, ao retirar-se do grupo por um período, chama a atenção para a não presença do indivíduo indígena em nossa sociedade.

 

Os artistas explicam que mesmo não sendo possível o toque físico, houve uma troca de saberes, que romperam as fronteiras da tela, inclusive ao final de 2020, tendo realizado o exercício do “Caderno de Processo” para encarar o desafio da obra coletiva para a vitrine no MUMA. 

 

Outras ações serão realizadas pelo coletivo ao longo de período expositivo, que segue até 22 de fevereiro de 2022. A divulgação será feita pela assessoria de imprensa, pelos canais do museu e pelas redes sociais, nas plataformas: Facebook: https://www.facebook.com/ocorponalinhadeborda e Instagram: @ocorponalinhadeborda

 

 

Serviço:

 

O corpo na linha de borda

 

Local: Museu Municipal de Arte (MuMA)

Horário de funcionamento: 10h às 19h (3ª feira a domingo)

Endereço: Av. República Argentina, 3430, Terminal do Portão – Portão

Contato: (41) 3329-2801

Entrada gratuita

[email protected]

 

Redes sociais:

Facebook: facebook.com/ocorponalinhadeborda

Instagram: @ocorponalinhadeborda

 

 

Ação Criativa Compartilhada junto ao público na pré-abertura: 23 a 29 de novembro de 2021

Local: MuMA – Sala 1

Cadastro: Envio de nome completo e RG

Contato: Leila Alberti

E-mail:[email protected]

Celular: +55 41 9924-1802

 

Cronograma para o público:

 

23/11 Abertura a participação do público das 11h às 12h30h – mediante cadastro (RG e nome completo) para:

E-mail: [email protected]

Celular: +55 41 9924-1802

 

24/11 Aberto ao público das 13h30h às 15h

25/11 Trabalho e interação com o público das 10h às 12h

26/11 Aberto ao público das 11h às 12h e das 14h às 16h

27/11 Aberto ao público das 14h às 15h

29/11 Abertura de uma hora de convívio com o público, das 11h às 12h.

Obs: Durante o período de convívio seguiremos, sempre, as normas de segurança sanitária exigidas: uso de máscara, distanciamento e álcool em gel.

 

 Data de abertura da exposição:

04 de dezembro de 2021 até 22 de fevereiro de 2022