Site JCPR por Felipe Neves

Parece que o comportamento da população da cidade de Curitiba novamente irá atrapalhar o turfe paranaense. Depois de realizar duas reuniões turfísticas após a primeira paralisação das corridas, agora o Jockey Club do Paraná teve que adiar as carreiras que aconteceriam no dia 09 de julho. 

A alteração da data se deve ao novo decreto de fechamento de estabelecimentos e clubes, no qual apenas as empresas consideradas de “serviço essencial” poderão exercer suas funções. No caso, clubes esportivos e de lazer voltam a ter suas atividades proibidas. 

Neste caso, mesmo sem causar aglomerações, uma vez que as corridas vêm sendo realizadas de portões fechados, o Jockey terá que aguardar os 14 dias da nova medida impetrada primeiramente pelo Governo do Estado do Paraná, e que foi prontamente atendida pela Prefeitura Municipal de Curitiba, que divulgou novo decreto semelhante na noite de ontem.

Curitiba é uma das poucas cidades das sete regiões em que o decreto se aplica, que concordou 100% com os termos dos mesmos. Nas regiões de Cornélio Procópio, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu, os prefeitos já acenaram pela possibilidade de flexibilizar estas medidas. 

Sendo assim, corridas no Tarumã agora só no dia 22 de julho. A nova data foi escolhida devido ao próprio governador Carlos “Ratinho Jr” Massa, ter dito em entrevista coletiva que os 14 dias podem ser estendidos para 21 dias. 

Incredulidade e irresponsabilidade da sociedade:

Os alertas sobre a pandemia que assola o mundo e que já matou centena de milhares de pessoas vêm sendo feitos pela Organização Mundial de Saúde desde fevereiro. Porém, parece que o povo brasileiro ainda não acredita do poder letal que o Covid-19 possui, mesmo com o país chegando às 60 mil mortes e 1,4 milhões de casos. 

Curitiba e região começaram bem, obedecendo a quarentena imposta em março. Contudo, devido ao isolamento social e a utilização de máscaras em locais públicos, os números baixos de contágios e principalmente de mortes deram uma certa sensação de incredulidade nas pessoas. 

Achando que o Covid-19 era uma “invenção da impresna”, assim como muitas pessoas de péssima índole começaram a divulgar “criminosamente”, muitos se deixaram levar e começaram a retomar suas atividads sociais. Um complexo gastronômico chamado Marcado Sal, chegou a realizar um show de pagode, reunindo centenas de pessoas sem máscaras e se aglomerando. 

Além disso, o “afrouxamento” dos cuidados com o novo coronavírus por parte da sociedade curitibana passa muito pela ignorância, independente da classe social. Já tivemos um empresário da região metropolitana sendo réu por co-autoria em um homicídio de uma funcionária de um supermercado, única e exclusivamente porque entrou em confronto armado com um segurança que não lhe permitia adentrar o estabelecimento sem máscara. 

Na cidade de Curitiba, onde fica o Jockey Club do Paraná, a discrepância de pessoas circulando com e sem máscaras de proteção é mínima. Ainda existem as pessoas que usam a máscara de forma errada, desprotegendo o nariz e por vezes a boca, não tendo utilidade nenhuma. Vale lembrar que aglomerações no entorno de parques e as “festas candestinas” continuam acontecendo na capital paranaense. 

Devido a todos estes fatos, o levantamento da prefeitura aponta para uma lotação de UTIs destinadas a pacientes do Covid-19 em quatro hospitais da capital. Cruz Vermelha, Erasto Gaertner, Santa Casa e Evangélico Mackenzie, que ficam em Curitiba, estão com 100% dos leitos exclusivos de UTI reservados para Covid-19 ocupados, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

Com isso, veio a restrição estadual compartilhada pela Prefeitura Municipal. Todo esse “combo” de irresponsabilidade agora chega no mercado do turfe, uma vez que novamente os profissionais, os proprietários e o clube (os shoppings voltaram a fechar) serão prejudicados com este adiamento. 

Caso Curitiba não saia desta situação, chamada de “Bandeira Laranja” até a segunda metade do mês de julho, provavelmente a reunião do dia 22 também não acontecerá. Resta agora a população – e a comunidade do turfe – fazer sua parte para que as paralisações em outras praças também não voltem a acontecer.