Divulgação – Helen Mirren

‘Anna – O Perigo Tem Nome’, filme que estreia nesta quinta-feira (29) em Curitiba, tem direção e roteiro do francês Luc Besson. Dizer isso é quase um pleonasmo. O filme repete muitas ideias de ‘La Femme Nikita’, de 1990, com Anne Parillaud: uma protagonista que tem uma vida comum até virar uma espiã, muita ação e tiroteios e uma reviravolta na história. Não por acaso, ‘Nikita’ é do mesmo diretor francês. Ou seja, ‘Anna – O Perigo Tem Nome’ é Luc Besson sendo Luc Besson.

Para não dar muito na cara que está se repetindo, Besson usa uma narrativa não-linear em ‘Anna”. Se a trama é previsível, a maneira de contar dá uma disfarçada. Anna Poliatova (Sasha Luss) é uma garota russa que vende artesanato e também consegue uns trabalhos de modelo. Em pouco tempo, ela já é uma matadora da KGB, cheia de missões secretas. Depois é que se vê como ela chegou lá. As cenas de ação estão lá, suficientemente convincentes, mas quase cartunescas. Bem como as reviravoltas propostas pelo diretor.

O elenco de ‘Anna’ ainda tem Helen Mirren, Cillian Murphy e Luke Evans com destaques. Ela como uma espécie de chefe de Anna e os dois como contrapontos. Mas eles não interferem em uma nova “repetição” de Besson, a de tentar entregar uma protagonista feminina forte, assim como em ‘Nikita’ – e também em ‘Lucy’, com Scarlett Johansson, de 2014. Sasha Luss segura a onda, interpretando uma “espiã-matrioshka”: cheia de camadas facetadas. Ela ainda pode se gabar de estar em boa companhia.