Se você tem redes sociais, com certeza deve ter visto o fervo causado por um dos últimos lançamentos da Netflix: “O Dilema das Redes”. O documentário, lançado este ano, tem 1h43min e aborda o outro lado da moeda: os perigos e os impactos das redes sociais na humanidade. Para quem ainda nãos assistiu, eles focam e explicam a interferência dessas empresas no nosso dia a dia sem qualquer responsabilidade, o que é bem assustador. Um dos pontos que me chamou a atenção e me levou a refletir foi em relação a interferência na nossa autoestima.

Acho que faço parte da última geração que cresceu sem internet, mas nem por isso deixei de sentir as consequências desse avanço no meu emocional. Vidas perfeitas, pessoas felizes, viagens incríveis, tudo isso na cara de reles mortais como nós, e em um volume assustador, podem causar um estrago. Aí, muitos podem dizer: “a gente tem que se amar” ou “você não é todo mundo”. Ok, concordo, mas quem disse que esse é um processo fácil? Tem um mundo nos dizendo 24h por dia que se não tivermos tais padrões, não seremos feliz.

É aí que entra a importância do nosso autoconhecimento, de tentar trabalhar a nossa inteligência emocional e lidar da melhor maneira possível com tudo isso. Nós temos que tentar ser mais gentis com todos, inclusive com nós mesmos. Tá, mas como fazer isso? Eu também não fazia ideia, por isso fui pedir um HELP e discuti o tema com a minha psicóloga, Ana Winter. A pergunta foi: “Como utilizar as redes sociais de um jeito que ela não afete ainda mais o meu transtorno de ansiedade e a minha autoestima?”.

E a resposta foi: Estando consciente! Se questionando! Qual o objetivo de estar utilizando a rede social? A quantidade de tempo x o ganho que tenho tem valido a pena para mim? Se perceba. Depois de um tempo na rede, me sinto melhor ou pior? Este tempo poderia estar sendo utilizado em outra atividade que contribuísse para meu bem estar? Os brasileiros estão entre os primeiros colocados quando o assunto é o tempo de uso gasto nas redes sociais. Gastamos em torno de 2h/dia nelas. Segundo a Ana, o que ela mais ouve no consultório são queixas referentes a auto-cobranças, autoestima, sobre coisas que as pessoas não têm conseguido fazer. As redes sociais acabam nos privando de outras atividades, como ler, se exercitar e estar na presença de pessoas que gostamos. O que você faria se tivesse mais 2h no seu dia? 🙂 Além disso, autoestima se constrói a partir das nossas realizações. Quanto mais realizamos, mais nos sentimos capazes, produtivos e úteis, mais gostamos de nós mesmos e sentimos emoções positivas! Se isso não acontece, nos cobramos, nos sentimos incapazes, incompetentes e sentimos as emoções negativas.

Quer se sentir melhor com você? Esteja consciente das suas escolhas, atitudes e pratique o autoconhecimento! Ficar nas redes sociais por muito tempo vai te ajudar a se sentir melhor ou te sabotar e te colocar para baixo? Veja, as redes sociais não são algo terrível, elas trouxeram muita coisa boa também, mas precisamos saber dosar esse uso e preservar nosso bem estar.