Geraldo Bubniak – Torcedor do Atlético na Arena da Baixada

O Atlético Paranaense de Tiago Nunes começa a ficar com cara de campeão. O futebol apresentado dentro de campo — e a tradicional estabilidade extracampo do CT do Caju — colocam o time como um dos favoritos ao título da Copa Sul-Americana 2018. Veja alguns argumentos a favor dessa ideia.

ESTILO DE JOGO
A história recente do futebol mostra que, para ganhar torneios de mata-mata, é preciso ter forte defesa e contra-ataque letal. As competições eliminatórias proporcionam jogos diferentes, com mais disputa física e uma guerra psicológica dentro de campo. Não é preciso dominar o adversário para avançar de fase ou vencer uma final, apenas errar o mínimo possível. Por isso, a solidez defensiva e velocidade do contra-ataque ganham tanta importância. 

Os pontos corridos são dominados por equipes com futebol propositivo, com meio-campo criativo e jogadores técnicos. Os principais exemplos são os esquadrões de Guardiola (Barcelona, Bayern Munich e Manchester City), que atropelaram os rivais nos pontos corridos, mas tiveram dificuldades em certos momentos de mata-mata.

O Atlético de Tiago Nunes é especialista no estilo "defesa e contra-ataque". Não é apenas uma equipe reativa. Também consegue controlar os jogos em certos momentos. Na parte tática, o Atlético de Nunes tem aquele jeitão de “time copeiro”

SUPLENTES
Na história recente, o Atlético sofreu para encontrar 11 titulares decentes. Agora, tem até uma disputa bem interessante em várias vagas. São quatro bons zagueiros para duas vagas. Três excelentes volantes para duas posições. Nas pontas, Tiago Nunes pode escolher entre Cirino, Marcinho, Nikão, Plata e Rony.

O ponto positivo dessa lista não é apenas ter um substituto imediato em caso de lesões e suspensões, mas sim contar com opções para mudar o jogo ou se adaptar às características do adversário. Ou seja, o técnico do Atlético conta com “cartas na manga” para chegar a esse título.

VETERANOS
Times cheios de veteranos costumam fracassar. A exceção foi o Milan de 2007, campeão da Liga dos Campeões. E equipes com muitos novatos também. A exceção foi o Santos de 2002. No geral, quase todas as competições são vencidas por equipes com mescla de veteranos e novatos. Não se trata de uma “boa média de idade”, mas sim de possuir veteranos em posições estratégicas. E o Atlético tem essa dose de experiência ideal. 

Na defesa, Paulo André (35 anos) comanda a muralha atleticana com inteligência, visão e liderança. Na lateral, Jonathan (32) é outra referência importante. Lucho González (37) organiza o meio-campo e, no extracampo, serve como modelo de dedicação para os novatos. No ataque, o Atlético ainda conta com Pablo, que tem apenas 26 anos, mas se comporta como um veterano dentro de campo, com uma inteligência tática fora do comum.

CALENDÁRIO
O grande obstáculo dos clubes brasileiros na Copa Sul-Americana sempre foi o calendário. Outro ponto é o regulamento que prevê o rebaixamento de quatro equipes. Não por acaso os brasileiros usaram e abusaram de times mistos na história da Sul-Americana. Como o Atlético conseguiu abrir vantagem em relação à zona de rebaixamento e tem remotas chances de chegar ao G6, o torneio continental fica em posição privilegiada no calendário da equipe em 2018.