Franklin de Freitas

De jornalista a fotógrafa de parto, a transição de Luciana Zenti, 41 anos, foi longa, mas natural.  A história de uma das poucas fotógrafas especializadas em parto do País está entrelaçada com a militância pelo parto humanizado e a própria experiência com o nascimento dos dois filhos, hoje com 15 e 8 anos. “Tenho dois filhos que vieram ao mundo de parto normal. Amo a gestação e as emoções que fazem parte do nascimento. Por isso, tenho me dedicado a fotografar e eternizar o dia que vai estar no primeiro capítulo da história destas crianças, destas famílias. Vejo na fotografia um instrumento social e político em prol do parto humanizado”, conta Luciana, que iniciou esse trabalho em 2014 e hoje vive exclusivamente de fotografar partos em Curitiba.

A guinada não foi planejada. Jornalista por mais de 20 anos, Luciana passou pelas experiência do jornalismo diário em uma rádio e passou boa parte dos anos fazendo reportagens para revistas, principalmente sobre Educação e Sustentabilidade. “Nas revistas, a foto é muito importante e eu sempre participei deste processo de pautar, de escolher as melhores. Olhando a minha trajetória, percebo que sempre gostei do jornalismo com uma pegada social, por isso educação e sustentabilidade foram o meu forte. Hoje, tenho noção que com a fotografia de parto, segui meu caminho natural. É uma fotografia documental e o olhar de jornalista ajuda muito. E a adrenalina? Sempre convivi com ela desde o jornalismo diário”, lembra Luciana. Ela decidiu fazer um curso de fotografia como hobby, mas não demorou para o hobby virar profissão.  “Quando eu estudava fotografia, eu pensei se existiria fotografia de partos e descobri que no exterior existem muitos profissionais especializados. No Brasil, existe um número muito menor de fotógrafos da área. Resolvi fazer um workshop em Brasília e descobri que fazendo aquilo eu seria feliz. A fotografia de parto me escolheu”, conta Luciana.

Para ela é mais que uma profissão, é uma militância pelo parto humanizado, onde a mulher e a família são respeitadas: “Eu tive dois filhos de parto normal e com eles descobri esse mundo. Eu queria que mais mulheres tivessem essa experiência maravilhosa. Num primeiro momento, como jornalista, tinha a vontade de fazer algo nesta área, mas não tinha muita certeza como. Com a fotografia de parto, eu consigo isso, porque as imagens tocam as pessoas”. Ela também destaca que as fotos do parto são muito importantes para a mãe que, embora seja protagonista, não vê como seu filho seu nasce, apenas sente. “As fotos são emocionantes para a mãe, são a recordação de um momento único, de um ângulo que ela jamais veria sem a ajuda de uma máquina fotográfica”. 

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