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Se para adultos já é difícil lidar e entender a morte, para uma criança é mais difícil ainda. Quanto mais nova a criança e maior a ligação dela com a pessoa que morreu mais difícil a tarefa é para os pais. Passei por isso isso quando o avô dos minhas filhas morreu repentinamente de infarto quando elas tinham 6 e 1 ano.

 Hoje, recebi um livro infantil chamado “O dia em que a Vovó do Banzé morreu”, de Mylena Brunor Cooper. A proposta do livro é ajudar as crianças em luto. Não é o primeiro livro sobre o assunto e nem será o último para uma tarefa bem árdua, mas aborda o tema de uma maneira leve e direta.

“O livro traz sugestões para ajudar a explicar alguns aspectos práticos da morte, sem entrar no mérito religioso ou no pós-morte. É uma forma de abrir diálogo com a criança, já que evitar o assunto pode torná-la um adulto mais frágil e com bloqueios”, diz Mylena.  Empresária do ramo funerário, Mylena já vivenciou inúmeras ocasiões de velórios e reforça que falar a verdade para os pequenos é sempre a melhor opção.  “Falar que a pessoa falecida foi viajar, por exemplo, cria a expectativa da volta e faz a criança pensar que a pessoa se esqueceu dela”. Comparar a morte com um sono profundo, ou com dormir, também pode causar transtornos. “Fantasias, como ‘virou uma estrela’ ou ‘agora tem asas’, é sempre melhor deixar para a própria criança desenvolver da forma que for mais reconfortante para ela”, aconselha.

Um bom começo, segundo a autora, é descobrir o que a criança pensa sobre a morte. “É surpreendente ver a percepção que as crianças já possuem. A morte está nos desenhos, livros e filmes infantis, nos noticiários e nas conversas dos adultos. Muitas crianças já vivenciaram a perda de um peixinho, um gato ou um cachorro. Além disso, elas só perguntam sobre aquilo cuja resposta estão prontas para ouvir”, diz.

 Levar a criança ao velório ou ao cemitério não é errado. Segundo Mylena, não se deve forçar, mas pode-se encorajar a criança a ir. “As crianças são membros da família e têm direito de participar desse momento para esclarecer suas dúvidas e fantasias. Participar das etapas faz com que elas se sintam importantes. As visitas ao cemitério ou à Sala de Memórias de cinzas são boas aberturas para elas exporem o que sentem”, afirma.

 O livro também esclarece que é normal chorar e expressar tristeza, e que a criança não tem culpa sobre a morte da pessoa querida – o que é comum ocorrer. Mas, acima de tudo, esclarece Mylena, o que as crianças mais precisam nesses momentos é se sentir amadas e seguras. “Conhecimento nenhum é mais poderoso do que o amor. É tudo de que a criança precisa: bons ouvidos e um bom colo”, resume, a autora.

 O Dia em Que a Vovó do Banzé Morreu pode ser encontrado a partir do dia 19 de junho nas Livrarias Curitiba, assim como no site da rede. O livro também estará à venda na Capela Vaticano, em Curitiba. O valor é R$19,90.