No dia 26 de janeiro é o dia mundial da luta contra a hanseníase, sendo janeiro o mês de conscientização sobre a doença, chamado de Janeiro Roxo.

Os sinais da hanseníase muitas vezes são ignorados, o que faz dela uma doença perigosa sendo detectada quando o estágio está avançado e quando já se formou uma rede de transmissão. O Brasil possui a maior incidência de hanseníase no mundo e no total de casos é superado apenas pela Índia (MS, 2017).

Guaratuba recebeu certificado da Secretaria Estadual da Saúde em 2019, na campanha “Hora H” promovida pelo Ministério da Saúde, por ter alcançado a meta proposta de 80% na avaliação dos contatos registrados no SINAN (Sistema de Nacional de Notificação de Agravos), no período de 2013 a 2017. A avaliação contribui para o diagnóstico precoce dos casos da doença, o que contribui para as chances de cura e diminui a rede de transmissão.

O serviço de Vigilância Epidemiológica acompanha anualmente os pacientes e seus comunicantes intradomiciliares, prestando atendimento médico e de enfermagem, através de avaliações dermatoneurológicas, exames de baciloscopia do raspado intradérmico.

Os técnicos do Setor de Epidemiologia e funcionários do laboratório que prestam serviço ao município são capacitados para ofertar o exame de baciloscopia, a fim de facilitar o atendimento dos pacientes que anteriormente necessitavam sair do município para fazer o exame.

A orientação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é que as pessoas procurem uma Unidade Básica de Saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se a área apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque, e também quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela microbactéria Mycobacterium leprae considerada “prima” da tuberculose. Entra no organismo pelas vias respiratórias e se instala na pele e nos nervos e que pode gerar incapacidades físicas permanentes, principalmente em mãos, pés e olhos.

Caso observe os sintomas abaixo, procure a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa.

Sintomas:

• Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;

• Área de pele seca e com falta de suor, com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas; sensação de formigamento;

• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés; diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos;

• Úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas juntas; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos.

•Alguns casos não apresentam lesões de pele, apenas comprometimento de nervos periféricos, ocasionando assim alterações de sensibilidade e força muscular, além de dores na região dos respectivos nervos.

Transmissão:

A doença é transmitida de pessoa para pessoa, e apesar de ser uma doença da pele a transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores (tosse ou espirro).

Ainda assim, cerca de 90% das pessoas que entram em contato com a bactéria não adoecem. Mas é preciso atenção, já que se trata de uma doença silenciosa. Família e amigos, além de apoiar, também devem ser examinados.

Com informações do Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Dermatologia.