Aline Valentim

Entre as ações da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) realizadas junto à comunidade estão os grupo de gestantes, os quais se reúnem nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) para receber inúmeras orientações e também apoio neste momento tão especial. Como parte desta programação, na última quarta-feira (4), as mães acompanhadas pelo CRAS Sul participaram de uma Oficina de Papinhas.

A atividade é resultado da parceria entre a Semas e mestrandas de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante o encontro foi realizada uma roda de conversa, momento em que a nutricionista Luiza Schemiko repassou informações com base no Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos, o qual passou por atualização no final de novembro.

Entre as orientações, manipulação e higienização dos alimentos, restrições e cuidados devido à idade das crianças, construção da dieta, consistência ideal dos alimentos oferecidos em cada faixa etária, entre outros temas. “Este encontro é importante no sentido de sanar muitas dúvidas das mães, que perguntam bastante, se interessam, e mesmo estando bem informadas sempre surgem questões que as deixam receosas, já que esta é uma fase importante para mãe e filhos”, destaca a nutricionista da Semas, Daniela Rau Sperandio.

A assistente social do CRAS Sul, Simone Haertel, explica que esta oficina se dá em dois formatos, primeiramente é abordada a orientação nutricional para a fase da gestação, e depois o foco é a introdução alimentar que inicia no sexto mês de vida e recebe atenção especial até os 2 anos de idade, uma vez que determina hábitos que perduraram até a fase adulta. “Já se sabe que a alimentação da gestante e a forma como a criança é alimentada determinam muitos aspectos nutricionais e preferências alimentares ao longo da vida”, complementa a nutricionista Daniela.

A Camile Vergilio conta ter gostado muito da oficina, pois conseguiu tirar muitas dúvidas sobre a alimentação do filho Nathan Felipe, de sete meses. “Foi muito importante porque mesmo tendo muita informação, ainda tinha receio de oferecer alguns alimentos. A manga, por exemplo, que ele comeu aqui nunca tinha dado e ele adorou”, conta a mãe.

Para o próximo ano a Secretaria manterá a parceria com o curso de Nutrição da UFPR para levar a capacitação para os demais CRAS de Pinhais. “Essa iniciativa já existe há algum tempo e conta também com a parceria com Secretaria Municipal de Saúde, inclusive já recebeu prêmio de reconhecimento”, detalha Daniela.

Os primeiros mil dias

Uma iniciativa internacional deu vida à causa “Primeiros mil dias” que se referem ao período que vai do primeiro dia de gestação até os 2 anos de idade. Portanto, o direcionamento alimentar adotado nesta fase impactará no crescimento e desenvolvimento das crianças. Os pesquisadores da causa defendem que os cuidados necessários refletirão em habilidades cognitivas, motoras e sociais que estimularão a saúde e o potencial máximo do adulto.

Leite materno

Como mencionado, a introdução alimentar inicia-se aos 6 meses de idade, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. Até essa idade, o aleitamento materno permanece exclusivo e não há necessidade de complementos, nem mesmo água, já que o leite da mãe supre também as necessidades de hidratação do bebê. Após este período tem início a introdução de outros alimentos e, se possível manter o aleitamento até pelo menos os dois anos. Nas situações em que a mãe não pode amamentar existem as fórmulas infantis, as quais devem ser oferecidas com a orientação do médico pediatra.