Hoje é a noite de abertura da 28ª edição do Festival de Curitiba – evento que ocorre até o dia 7 de abril – que traz a capital paranaense mais de 400 atrações culturais. Depois da cerimônia de abertura será apresentado o espetáculo “Celui qui Tombe – Aquele que Cai”, mostra do renomado artista francês Yoann Bourgenois. Amanhã a peça será apresentada para o público geral, no Teatro Guaíra.

O Espetáculo

Em uma plataforma de madeira de seis metros por seis metros, suspensa em dois metros, que desce, sobe, balança e gira em torno do seu eixo principal, seis bailarinos correm, andam, se rendem ao movimento em busca de formas, tanto individual como coletivamente, de se relacionarem com a força gravitacional existente. Ao invés de iniciar o movimento, cada um deles reage a ele. Yoann Bourgeois cria cada um de seus shows como um jogo para experimentar novos princípios físicos.

Na performance, os “jogadores” trabalham contra forças centrífugas e centrípetas, tentando manter o equilíbrio, evitando ser o que cai (Celui qui tombe), tonando o espetáculo fascinante e esclarecedor, ágil, arrojado e com grande força poética. A turnê do espetáculo no Brasil tem apoio do Instituto Francês de Paris, da Embaixada da França no Brasil, do CCN2 – Centro Nacional de Coreografia de Grenoble,  e é realizada em parceria com Sesc São Paulo, Sesc Minas e Festival de Teatro de Curitiba. Depois de Curitiba o espetáculo será apresentado em Belo Horizonte e São Paulo.

Formado em artes circenses, Yoann Bourgeois tem uma relação ambivalente com a queda, em que a regra é que ela é inaceitável, porém, muitas vezes, inevitável. As implicações políticas e éticas no espetáculo são bem sugeridas em uma beleza poética do próprio movimento, em que Bourgeois fomenta colocando seis homens e mulheres ao responder àquele estímulo, em uma dinâmica natural, de fenômenos físicos que existem na Terra, não controlados pelo homem, que geram uma reflexão interna de cada espectador, dentro desta luta pela verticalização.

“Depois de ter passado pelo circo, pela dança e pela música, o meu trabalho teatral pode ser hoje considerado uma desconstrução de todos os seus elementos materiais (texto, luzes, ações, figurinos, som…) e a experimentação de novas relações entre esses elementos”, explica Bourgeois.